.

Livros do autor: Direito do consumidor, sociologia, política etc. Amazon [clique aqui para acessar], um dos sites mais conceituados em livros digitais. Os livros são de minha autoria.

Pesquisar este blog

Pensar e Existir pelo celular. Digite o endereço (link)!

Voltar para a Primeira Página Adicione aos Favoritos | Apenas Internet Explorer Entre para nossa comunidade no Orkut Facebook mande para Google Mande e-mail Assine o nosso Feed Leitor: o pensador

Trânsito Escola

Artigos
Comentários

O ser humano e suas manifestações I

 

1) O que é neurose?

Freud e muitos outros psicólogos pesquisaram as doenças da “alma” ou o comportamento que causava graves danos ao corpo e a mente. Neurose é um estado perturbador consciente ou inconsciente que atormenta a vida da própria pessoa a levando aos quadros de neurastenia, manias, perseguições infundáveis podendo chegar ao ponto de alucinações.

2) Como se desenvolve a neurose?

É acontecimento antigo nas milenares etnias da raça humana. As regras sociais quando tentam aplacar os instintos naturais do ser humano acometem a liberdade das energias latentes do ser humano. Todo ser humano nasceu livre e deveria ser livre em pensamento e atos quando saudáveis e não repressão diante de normas sociais que só visam à aparência como se vê na distinção entre “fracos” e “forte”, “inteligentes” e “burros”, “anormal” e “normal”, “pobre” e “rico”, “feio” e “belo” como se vê em cada cultura. Se olhardes a natureza verá que não há uma “planilha” de ser ou não ser útil, impróprio do próprio, de útil do inútil, do interessante do banal, de maior importância e de menor importância. Estes são conceitos puramente criados pelos seres humanos. Um biólogo verá uma lacraia como útil em um jardim porque ela é uma predadora que “aniquila” – mais uma vez se vê a concepção humana de destruição, mas na verdade é um processo natural de cadeia alimentar – insetos que se alimentam das folhagens. Para o biólogo lúcido não há destruição, vencedor, perdedor, mais capacitado; porém cada qual tem uma importância na vida sendo cada qual com funções dadas pela natureza e o desenvolvimento de sobrevivência com Darwin chamou de Seleção Natural. Contudo para uma pessoa sem qualquer conhecimento de biologia a lacraia é uma centopeia “feia”, “monstruosa” e sem qualquer propósito de existir. Alguns pensarão que só servem para espantar os pássaros. Disso se vê a frase de Freud: “Só o conhecimento traz o poder”. O poder que ele falou é de “conhecerás a verdade e vós libertarás” – assim pode-se dizer da frase porque ele estudou uma cultura “civilizada” do final do século XIX com transtornos psíquicos pelas regras sociais formadas pela igreja católica dos séculos X a XIII. Através de os estudos psicanalíticos chegou-se a realidade de que as formas de educação e valores humanos acabavam por gerar transtornos psíquicos. Se retornarmos aos primeiros seres humanos, os trogloditas tinham medo de tudo que os cercavam por não entenderem perfeitamente os mecanismos da criação. Pelo medo surgiu o canibalismo para ter a alma e a força do guerreiro vencido como se ao comer a carne teria a força, agilidade, bravura do guerreiro derrotado. As primeiras religiões nasceram com formas antropomórficas – imagem de homens em corpos de animais e deus a semelhança do ser humano – como formas de “identificar” tais deuses. Isto se deve ao fato de não entender o que está fora, mas ao mesmo tempo externa inconscientemente a força, o ego, a idolatria do próprio do ser humano.

A forma de agradar os deuses com sacrifícios, rituais e orações eram formas de aplacar as iras daqueles por que os seres humanos em certos momentos agiam com “crueldade” e pensavam que os animais e a vida apresentavam “crueldades” para com os seres humanos. Era a ira do vento, do terremoto e tantos outros efeitos climáticos a indefesa vida do ser humano. Como não entendiam o porquê das tragédias e mortes tinham nos pensamentos – certa projeção – a vida como vingadora, cruel. A literatura romana, egípcia, Maia e tantas outras continham deuses que “governavam” o mundo e o ser humano apenas seres inferiores. Dá se a ideia do bem e do mal e de algumas religiões que para terem Deus como existente primeiro se tem o “diabo”. O que seria então de algumas religiões que possuem filosofias arraigadas ao medo de “algo” e de repente descobrissem que tais medos são infundáveis? Será que precisariam de Deus realmente para proteger, dar alimentos etc.?

3) E como tudo acima contribui para o desequilíbrio mental do ser?

Não são os eventos acima que vão desequilibrar o ser humano, mas a ignorância da vida e da existência que vão criar mecanismos perturbadores. Como se explica que uma pessoa que possui boa vida material reclama da vida e das pessoas constantemente e acha que algumas pessoas deveriam sumir da face da Terra por serem burras, incapazes, enquanto há outras pessoas que são desprovidas de recursos materiais, porém agem com delicadeza diante de qualquer pessoa indiferente à classe social e econômica?

São os valores da alma e do que aprendeu que vão agir no pensar e comportamento de cada ser. Porém cada qual tem discernimento e por isso segue a vida como deseja. O meio tem força, mas não é decisivo. Se assim fosse os primeiros católicos lutariam nas arenas e não se deixariam devorar pelos leões numa conduta de fé ao Cristo. Tinham na alma a certeza do paraíso, do perdão. Indos mais além ver-se-á que na Idade Média alguns cientistas foram queimados por blasfêmia a Igreja Católica que possuía uma mentalidade de subversão das leis naturais como a física, a química, a psicologia comportamental, alimentar etc.

Como se diz no linguajar popular “o mundo está caindo, mas a pessoa nem liga”. Assim é para a pessoa que tem convicção do que é e faz – falando-se de pessoas equilibradas emocionalmente, isto é, sem os valores distorcidos de algumas culturas como, por exemplos, as superioridades e inferioridades de etnias, de sexos, de dialetos etc.

4) O que é uma pessoa desequilibrada mentalmente ou neurótica?

Quando não há discernimento a da existência e entendimento real do ser humano e de tudo que exista cada qual se fixa nos valores culturais onde vive. Dependendo destes valores as pessoas assumem posturas “normais” ao tipo de cultura, mas doentias, perversas. Para elas são atitudes “normais” e “saudáveis”, por exemplos, a costura dos lábios vaginais das mulheres como se fazem em algumas regiões da África, de amputar mão de ladrão, de defender a honra com duelos armados ou não. Agem em conformidade com o meio cultural, mas através de um olhar apurado ou psicanalítico ver-se-á que muitos sentem prazer pelo que fazem. Mesmo com esclarecimentos a respeito de tais atos como bárbaros há de lutar contra “leis que são de estrangeiros e pecadoras, contrárias a realidade da vida”.

Se observar em comunidades carentes cujos acontecimentos são mesclados aos de traficantes notará que há pessoas que querem acabar com o tráfico porque acham ruins e prejudicial à venda de drogas. Outros quererão o tráfico porque mantém a luz de graça, a isenção de IPTU e até a lei de “dente por dente, olho por olho”. Interesses pessoais que vão delinear a verdadeira personalidade de cada indivíduo.

5) Então quem deseja a guerra, agressivamente, acusa com palavras de inferioridade outra pessoa é dita completamente neurótica?

Nem sempre. Uma pessoa neurótica age sob o calor das emoções internas não resolvidas. A mente é um mecanismo dinâmico que nunca cessa de funcionar mesmo quando a pessoa esteja dormindo. É no momento de dormir que o subconsciente age plenamente. A consciência está “dormindo”, mas o subconsciente não. Tudo o que o ser fez, equacionou, disse, passou e sofreu há de serem trabalhados, verificados, equacionados e “resolvidos” – na verdade a mente busca uma solução, uma adaptação que pode causar comportamentos desequilibrados, mas no fundo é uma maneira de manter a pessoa ou manter a sobrevivência dela mesmo que seja de forma perturbadora (instinto de sobrevivência). O ser humano age mais por impulsos do que por discernimento. Pavlov demonstrou em seus experimentos o fator do condicionamento ou reflexo condicionado no ser humano. Freud pesquisou o funcionamento das associações mentais também, mas de forma a desvendar, elucidar e trazer a consciência do ser o que atormentava de forma a resolver com assuntos lúcidos, lógicos, racionais.

Um acesso de fúria é “normal” em uma pessoa pelo cotidiano de valores supramaterialistas cujos valores são de “ter” para “ser”, ou seja, ter para ser respeitado, reconhecido. Pense a respeito no que foi dito até aqui. Cultura e valores.

Agir agressivamente é uma forma de controle, imposição de personalidade “sadia”, “corajosa”, “guerreira”, “convicta” como era em Esparta. Contudo ainda se vê em algumas culturas em pleno século XXI. Mas tais condutas tinham como propósito de fazer uma pessoa forte e sem medo – mas não se pode esquecer que na realidade existe a busca da invencibilidade e superioridade que já abrigavam anteriormente os quadros de inferioridade e medos. Medo de ser vencido, derrotado, rejeitado etc.

Uma ação não é um quadro neurótico, mas uma sucessão de atuações sim. Todos terão um dia de fúria que nada mais é um expurgo de carga emocional violenta. A continuidade de atos agressivos é uma neurose. Contudo existe diferença entre uma pessoa desequilibrada emocionalmente da pessoa maquiavélica.

A primeira age sobre forte pressão, desencadeia a descarga emocional seja através de sexo, estudo, trabalho, brigas simples. Mas a repetição prolongada e com lapso de tempo já demonstra certo sadismo.

6) Explique entre sadismo e agir sobre pressão.

Como dito a vida mundana com os valores supramaterialistas acometem a saúde mental, física e espiritual de todos os seres humanos. O dia de fúria é uma ação descontrolada onde o inconsciente traz à tona a carga psíquica nociva ao organismo em geral – esta carga está relacionada a maneira intrínseca de pensar da própria pessoa em relação a si e as demais pessoas. Quando passado o acesso de fúria a pessoa sente vergonha, se arrepende e busca ajuda através de conselhos, leituras etc. Poderá não se dar conta das atitudes, mas quando ouve algo ou lê sobre determinados atos – até verá como age por que a mente em si avisa – logo buscará soluções. Mas quando a pessoa mesmo sabendo das atitudes que tem em relação as demais pessoas e tudo o que a cerca não muda e age pela personalidade que é disto se tem a personalidade narcisa e até maquiavélica.

Palavras de baixo escalão têm formas de ofensas, de superioridade – lembrando que esconde já uma inferioridade na pessoa que profere tais palavras. É usado para afastar uma pessoa inconveniente, que pode ser real ou fictícia, ou para humilhar (verdadeira intenção de prejudicar uma pessoa). Na primeira é uma defesa contra quem profere tais palavras conforme o meio que esteja, ou já é a personalidade própria; na segunda é projeção do que tem realmente dentro de si, isto é, projeção do que sente de si mesmo.

Pessoas inferiorizadas tendem a atacar com palavras e ações que existem no meio em que vive. Uma palavra ou gesto dito em uma região poderá não ser agressivo e ofensivo, mas em outra cultura sim. Logo o efeito tem que ser coerente com o que há no meio e o que tem na outra pessoa. Só se ofende quem leva ao pé da letra: similaridade.

Há de considerar também que pessoas narcisistas muitas vezes não dão ouvidos por que se acham melhores em tudo e sem defeito – geralmente tais pessoas não têm amigos reais porque não atura opiniões que tentem corrigir os erros.

Uma pessoa equilibrada escuta, raciocina e muda. A desequilibrada até escutará, mas no apogeu do narcisismo não mudará. Pode dissimular para não cair a mascará – ninguém atura uma pessoa prepotente – mas há de cair a mascará porque não se pode camuflar por muito tempo quem é realmente.

O sádico neurótico (sociopata) age nas sombras, isto é, justifica os ataques com desculpas, explora as emoções de piedade, compaixão. As justificativas são diversas: a agressão é sempre presente com justificativas. Tudo o que o leva a fazer é por motivos alheios, exteriores. Exteriormente a vida é ruim e por isso deve agir. Então não dá para mudar o mundo como muito fazem? Não é o propósito de o sociopata agir em prol do benefício de todos. Tais pessoas exploram as demais para conseguirem o que desejam principalmente em momentos de perigo de vida – o que importa é a própria sobrevivência. Diferentemente dos maníacos que não dão valor a própria vida.

7) Explique casos de neurose.

Exemplificando:

a) Olho grande, inveja – pessoas que acham que as demais sentem inveja ou têm olho grande na verdade são medrosas, tímidas, receosas. Apoiam-se veementemente no que possuem materialmente para não sucumbirem diante dos próprios medos, fraquezas de espírito e personalidade. Como acham a vida inóspita e que há pessoas más na totalidade do mundo pensam em sempre se protegerem, geralmente evitando o mundo, certas pessoas de STATUS inferior – como se estas estivessem sempre invejando o que aquela possui, porém são aquelas que vivem invejando o que as demais pessoas de melhor posição socioeconômica têm e o que ela própria não tem; vê-se claramente o conflito interior de caráter e personalidade. No fundo são pessoas que se acham melhores do que as demais – o que já demonstra um complexo de inferioridade seja ao corpo, a posição socioeconômica etc. Quando consegue algo pelo próprio esforço se vangloriam, deste vangloriar começam a fazer comparações entre “derrotados” e “vitoriosos”. Claro que sempre estará se espelhando nos vitoriosos. Acontece que a depreciação aos “derrotados” consiste já em uma mentalidade de ser “derrotado”, isto é, por problemas que passou, mas não resolvidos internamente o inconsciente age: você é um derrotado. A pessoa em si pensa assim. Quem deprecia as demais já se sente igual a quem deprecia – isto se chama projeção. Pessoas equilibradas emocional e psiquicamente não têm medo de olho grande ou inveja. Sabe que tais comportamentos representam deficiência de caráter e personalidade, ou seja, como não sabem como conseguir o que desejam assumem tais comportamentos: inveja. Em muito uma boa explicação sobre empreendedorismo, comportamento saudável social os ajuda. Há de considerar também que o invejoso em si é um eterno frustrado. Mesmo que possua bens materiais e qualidade de vida sempre estará reclamando da própria vida. A vida em si é má e ela é perfeita. Por que, então, nasceu num mundo imperfeito se é perfeita? A perfeição já demonstra incapacidade de se relacionar com o mundo e as demais pessoas, com os empecilhos naturais da vida. Dentro da pessoa há um verdadeiro mar de decepções, recalques, frustrações devidas à impossibilidade de se relacionar, compreender-se. A fuga da própria imagem pessoal, dos próprios defeitos que possui é a supervalorização de si mesmo e depreciação do mundo e demais pessoas.

b) Se sentirem melhores que as demais pessoas ou supervalorização – quem age assim já demonstra que no fundo é um derrotado. Psicologia reversa. É na infância que se vê a formação de tal personalidade. Crianças quando educadas com palavras depreciativas pelos pais podem assumir mais tarde posturas de submissão ou dominação. Quando submissas aceitam de pronto momento tudo que os demais impõem a elas. Mas a aceitação total gera desconforto porque naturalmente cada qual possui pensamentos, convicções. Sob o domínio do inconsciente agem vagarosamente nas escolhas, o receio exacerbado é visível, o ato de masoquista também é acentuado. Segue a vida sem opinião própria. A vida passa e a pessoa não evolui – interpretando: não estuda e não se interessa pelos acontecimentos sociopolíticos, não tem vida social ativa, não age na conquista amorosa etc. É a famosa frase “esperar cair do céu”. Já a dominadora se desempenhará em conseguir pelos próprios méritos: estuda, procura se melhorar economicamente para suprir as deficiências econômicas, assumem altos cargos, não aceitam opiniões alheias, ou escutam, mas não dão a devida importância. Nos relacionamentos humanos agem por impulsos. Se estiverem com excitação sexual jogam charmes e persistem na aquisição da saciação sexual. Uma vez saciados começam a se desinteressar pela pessoa “conquistada” porque foi um “prêmio” adquirido. Jamais aceitam “não” e querem tirar satisfação pela rejeição com a pessoa que rejeitou – já se vê que a intolerância do “não” representa uma fraqueza interna da personalidade. O senso de derrotado (a) impera inconscientemente. A figura de “derrotado” compreende falhas de caráter e personalidade que podem ser uma interpretação errônea de si mesma: não se parece com as celebridades, logo é feia, tem uma parte do corpo que a incomoda porque viu que é “incompatível” com o meio em que vive ou por que ouviu que é “anormal” o jeito do nariz, boca, seios, modo de se vestir etc. Existe a comparação e depreciação de si mesma (se vê muito em adolescente onde não possuem personalidade formada de si e do mundo agindo de várias maneiras. Não é à toa que se envolvem com drogas, promiscuidade porque o que fazem é para suprir uma necessidade ou deficiência de filosofia de vida ou suprir mágoas, ressentimentos). Uma pessoa saudável psicologicamente (personalidade e caráter) age pelo caminho do meio. Estuda, trabalha, tem relacionamento interpessoal amigável, sabe aceitar a rejeição do parceiro (porque a outra pessoa tem lá seus motivos e não é posse, objeto que se conquista. A possessão é uma deficiência seriíssima de caráter cujos comportamentos estão correlacionados com deficiências internas seja a própria imagem pessoal de fracassada, feia, incapacitada. Possuir é ter a contraparte do que não tem dentro de si e projeta em alguém ou alguma coisa a “salvação” de si. Pode também ser a possessão quadro de sadismo. O sádico quer possuir para também suprir uma necessidade inerente à própria personalidade cujos desatinos na infância como espancamento, submissão, valores incorretos ensinados e aprendidos de dominação de pessoas ou traumatismos físicos que afetaram o lobo frontal do cérebro, tendem a desencadear o que se chama atualmente de sociopatia).

c) Incompatibilidade familiar – 85% das famílias no mundo têm problemas de relacionamento. Estes problemas são oriundos de personalidades e caráter diversos em um núcleo interpessoal contínuo. Cada qual tem uma maneira de pensar e agir. Nisto entram o conflitos filosóficos e ideológicos – e até religiosos. Cada qual quer impor, consciente ou inconscientemente, os

valores que acham verdadeiros. É nisto que acometem os desacordos e brigas. Os egos se afloram, e ego age na defesa da própria pessoa. Quando o ego toma dimensões exorbitantes a pessoa age como um deus: imponente, verdadeiro, infalível, inquestionável, sábio ao estremo, livre de imperfeições. Tudo o que faz é melhor do que as demais pessoas da família. Vive comparando a si com as imperfeições alheias e as condenam veementemente. A filosofia e ideologia de vida representam a máxima forma de viver e ser seguido por todos. Existe posse, submissão de as demais pessoas. Assim age e assim é a pessoa egolátrica: narcisista (adoração de si mesma). O narciso é a perfeição, o belo. Contudo estas manifestações de personalidade e caráter escondem o íntimo fragilizado. “sou o poder”, diz de si; porém este “poder” é a busca da própria perfeição diante das próprias imperfeições. As imperfeições são várias: incompatibilidade de se relacionar, dificuldades de raciocino lógico e visualização espacial, achar-se feio, desprovido de capacidades etc. Contudo pode assumir contrates de megalomaníaco: tudo é exacerbado pelo prisma pessoal. A pessoa pode até ter as qualidades reais (raciocínio rápido, força física acentuada etc.), mas compensam frustrações. É a compensação a tornar verdadeira a premissa de que as pessoas vivem compensando e não equacionando – o equilíbrio é resolver satisfatória e lucidamente uma forma errônea de pensar e agir de si e das demais pessoas sem exacerbar qualidade e depreciar-se quanto aos erros próprios. Aliás, já dizia um dos grandes pensadores da história humana que “o único homem que jamais erra é aquele que nunca faz nada.” (Eleanor Roosevelt). E errar para o ser humano – quando não há discernimento e equilíbrio mental – um dos maiores tormento; a sociedade quer perfeição porque imperfeição é perda, fracasso. Na mente do Homo Sapiens ainda impera o Neandertal cujos medos do mundo e do incompreensível eram sinônimos de “morte” e perigo a sobrevivência. E quem não fala muito e nem opina? É submisso, narcisista ou evita brigas? O submisso já foi explicado, assim como o narcisista, mas suplementando este na verdade se acham melhores podendo assumir um comportamento calado. “Por que gastar o preciso tempo com seres inferiores?”- eis o pensar do narcisista. Não pense que o narcisista seja a pessoa que se expõem com atos e palavras de cunho prestigioso a si e depreciativo aos indivíduos. Não. Pode assumir a característica de pessoa caridosa, prestativa, contudo age para enobrecer-se ainda mais com as palavras calorosas de reconhecimento pelos feitos. A máscara de boa pessoa cai quando os intentos não são convenientemente conseguidos, isto é, trama um objetivo, assegura-se de obtê-la através de comportamentos altruísta, mas sempre levanta a questão de que é melhor que as demais pessoas com frases de “faço porque vejo pessoas menos capacitadas”, “ajo em prol dos necessitados”. Há de considerar também que quando não reconhecido pelo que faz assume uma postura de raiva descontrolada, exacerbada e sem qualquer motivo real. O ego inflamado e doentio – personalidade desprovida de entendimento da vida real tendo as ilusões de algumas filosofias culturais que supervalorizam o ser pelo que tem (nível socioeconômico) e não pelo que representa ou faz de bom para a sociedade (garis, domésticas, pedreiros, motoristas de ônibus) – ou narcisista, precisa sempre de aplausos, medalhas, conquistas. O preço de tais condutas passa a ser “faço, mas o que me dará em troca”? A ação de oportunista sempre vem em primeiro lugar. A ajuda é mera fachada aos olhos de quem não conhece a mente humana. Porém a máscara há de cair em terra mostrando a verdadeira personalidade e intenções da pessoa. Enquanto houver concordância entre fazer e receber (aplausos, congratulações, reconhecimento do feito) a pessoa é a mais terna dos mortais. Contudo quando há opinião que contradiz o que faz o narcisista assume tom de fúria, reclamações, inquietação, desprestígio a quem ajuda: “Não ajudo mais”, “então faça você”, “pague alguém para fazer”. Mas continuará a ajudar enquanto for preciso porque a luta e o sacrifício em ajudar são inerentes ao propósito egoístico e não ação de caridade (caridade real é desprovida de segundas intenções) a quem precisa. Quando saciada na obtenção do que deseja segue a vida. Não pense que sumirá. Continuará a surgir no local que estava desde que haja propósitos a conquistar. Uma vez não mais sendo possível angariar “posses” deixará de frequentar. São mestres em dissuadir as verdadeiras intenções com apelos emotivos. São inteligentes e sabem que há pessoas que pensam com o coração – empáticas – e agem prontamente. Quem se lembra da novela A Favorita? A Favorita foi uma telenovela brasileira exibida pela Rede Globo e escrita por João Emanuel Carneiro, com a colaboração de Márcia Prates, Roberto Naar, Denise Bandeira, Fausto Galvão, Vincent Villari e direção geral e de núcleo de Ricardo Waddington. A trama teve o total de três fases. A primeira delas é onde há o mistério sobre a identidade da verdadeira assassina (Patrícia Pillar), a segunda, onde há a revelação da verdadeira assassina e da vilã (Patrícia Pillar) e seus atos, e a terceira, onde a vilã (Patrícia Pillar) é desmascarada pelos demais personagens. A personagem de Patrícia Pillar aparece como vítima, cativa a pessoa que mais é frágil (sem convicção), conquista todos com atos de caridade, benevolência, gratidão, vítima do destino, da vida e de pessoas cruéis. Não se revolta na frente de ninguém porque é antiguerra. Quando toma uma atitude justifica a ação “porque me fizeram isso” – já dizia outro sábio da mente humana: “Você tem o direito de sentir raiva, mas não fazer justiça com as próprias mãos”. Esse é um quadro de sociopatia. O neurótico age e se arrepende. O sociopata não. Quanto ao calado poderá conter umas das personalidades acima ou uma forma de evitar discussões que nada traz de bom. Discussões sem entendimentos ao discernimento são pueris. Pessoas de bom senso evitarão. Quando se pronunciam procuram demonstrar os erros e deixa que cada qual se analise. Não busca agradecimentos como o narcisista, mas procuram ajudar.

d) Agressividade – todo ato agressivo encoberta uma ação defensiva do ego e da alma (psique) atormentada pelos próprios pensamentos e resoluções de si e a da vida. Pode-se dizer que é o Neandertal agindo em prol da própria sobrevivência. A educação prima justamente por elevar as virtudes do ser humano. A ausência é a características de ações bárbaras. O Homo Sapiens camuflou e controla o Neandertal que há dentro de si através de condicionamentos, leis, discernimento em vez de ações impulsivas, instintivas. O agressivo vive a flor dos nervos não porque o meio o faz, mas porque em si não sabe como dar com as situações da vida, com as pessoas, com os próprios defeitos – um dos maiores e piores tormentos para o agressivo é ser imperfeito. A agressividade pode ser também ausência de valores empáticos, porém, sem ser decisivo na formação e perpetuação do caráter. Os semelhantes se atraem, com certeza. Quando uma pessoa que nasceu em ambiente agressivo e desprovido de virtudes passa a conviver com pessoas empáticas - vê que existem pessoas boas de coração ou altruístas - aquela passa a ter comportamento empático. Da desconfiança e da lei espartana de sobrevivência de “dente por dente, olho por olho” do ambiente anterior e de novos conceitos do novo ambiente empático passa a assumir a personalidade altruísta e compreensiva. E quando o individuo que estava numa localidade desprovida de virtudes passa a conviver com pessoas de virtudes, mas agem em desacordo? Qual o motivo? Personalidade. Cada qual nasce com uma. A educação tende a moldar e modificar os atos apáticos. Mas para ter efeito há de possuir concordância do meio em ações e não puramente demagógicas. Os semelhantes se atraem, os desiguais se repelem. Eis uma explicação atual para os diversos crimes diante de uma sociedade que tem nas leis escritas a igualdade, fraternidade e solidariedade, mas agem de forma contraria aos preceitos das próprias leis escritas. A lei e a educação têm forças quando há condizentes ações no meio.


Share/Bookmark
BlogBlogs.Com.Br