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Geysi e o tolerância

Estudante de turismo Geysi Arruda
geysi
A barbaria é fruto da ausência de civilidade. A estudante de turismo Geysi Arruda, Aluna da Uniban, foi agredida por outros universitários porque Geysi usava um microvestido. As coxas roliças incomodaram muitos universitários. Por quê?

Entre as explicações pode ser ciúmes de universitárias magérrimas, que tinham namorados na mesma sala ou perto de Geysi, puritanas a preservar os bons costumes; quanto aos homens pode ser que viam na Geysi uma forma dela “persuadir” os professores para conseguir “pontos” nas provas, uma “vadia” que surgiu para banalizar a imagem da universidade. Enfim, o que se viu foi o desrespeito ao bem-estar físico e mental de Geysi.

A cena de agressões provocadas por alguns universitários pareceu perseguição da Santa Inquisição, do Holocausto Nazista: intolerância a qualquer forma de diferença quanto à roupa, trejeitos, filosofia de vida.
taliban
Numa sociedade civilizada não existe agressões verbais ou físicas quanto aos bons costumes, mas dialogo tolerância e respeito as diferença.
Mas convenhamos que a roupa de Geysi fosse indecente para o local: centro de estudos. Ora, mortais a parte, e cheios de defeitos como os deuses do Olímpio, é de se esperar tais acontecimentos. Instintos sexuais, inveja, ciúme, tabu, dogma, catarse. Foi feito a “purificação” da Uniban através de socos e pontapés numa demonstração de insanidade coletiva.
Lembro-me de uma leitura interessante de tratados de psiquiatria onde um jovem atacava prostitutas como transferência de forma a “puni-las” por ter sido traído pela namorada.
E se Geysi andasse numa avenida de topless, ela seria linchada ou receberia aplausos de homens de terno e gravata? Porém dirão que na rua “tudo é permitido”.
Chego à conclusão que nas ruas existe luxúria plena enquanto nas universidades um centro de excelência de formalidades civilizatória cuja sexualidade é combatida por meios ortodoxos.
Será que em outros países aconteceria a mesma cena brutal? Posso enunciar países onde existe o Talibã:
Quando o Talibã assumiu o poder em Cabul em Setembro de 1996, 16 decretos foram transmitidos pela Rádio Sharia. Entre estes darei destaque para os que envolvem as condições das mulheres:
- É proibido às mulheres andar descobertas.
É proibido aos motoristas aceitar mulheres que não estejam usando burca. Se o fizerem, o motorista será preso. Se mulheres assim forem vistas na rua, suas casas serão encontradas e seus maridos punidos. Se as mulheres vestirem roupas insinuantes ou atraentes, desacompanhadas de parentes próximos do sexo masculino, o motorista não poderá levá-las no carro.
- É proibido lavar roupa à margem dos rios.
Mulheres que desobedecerem a esta lei serão retiradas de maneira respeitosa do local e levadas para suas casas, onde seus maridos serão duramente punidos.
- É proibido a alfaiates costurar roupas femininas ou tirar medidas das mulheres.
Caso sejam encontradas revistas de moda na loja, o alfaiate será preso.
Além destes, foi divulgado um apelo às mulheres de Cabul:
Mulheres, vocês não devem sair de suas casas. Caso o façam não devem se vestir como aquelas mulheres que costumavam andar com roupas da moda, muito maquiadas e se exibindo para qualquer homem quando o Islã ainda não chegara ao país. O Islã é uma religião salvadora e determinou que as mulheres devessem ter uma dignidade especial. As mulheres não devem atrair a atenção de pessoas nocivas que lhes dirijam olhares maliciosos. As mulheres são responsáveis pela educação e união da família, pela provisão de alimentos e vestuário. Caso precisem sair de casa, devem se cobrir de acordo com a lei da Sharia. Se andarem com roupas da moda, ornamentadas, apertadas e atraentes para se exibir, serão condenadas pela Sharia Islã e perderão a esperança de um dia chegar ao paraíso. Serão ameaçadas, investigadas e duramente punidas pela polícia religiosa, assim como os membros mais velhos da família. A polícia religiosa tem o dever de combater estes problemas sociais e continuará com seus esforços até ter erradicado o mal.
(trechos extraídos do livro: O livreiro de Cabul; Seierstad, Asne).

É. A Geysi deveria ter comportamento – vestir-se adequadamente -“decente” entre os estudantes civilizados que a atacaram. Quanto às “indecentes” só restam ler as manchetes dos jornais e se indignarem com o século XXI: o século do “respeito” as diferenças.
1877
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