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Trânsito Escola

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O homem moderno, os eternos sofrimentos e seus complexos primitivos.

O medo é a reação diante de um perigo real, enquanto a angústia a reação diante de um perigo que não existe exteriormente.
Apesar de muito próximas nas suas definições existem algumas diferenças. A principal é de que alguém se pode sentir ansioso sem se sentir angustiado, mas ninguém se pode sentir angustiado sem sentir ansiedade.
A angústia é um estado de pânico que traz em si o desejo de fuga, embora não se sabe do que é que se deseja fugir.


Ansiedade é um estado crônico no qual a pessoa se vê dilacerada por mil dúvidas, receios e pressentimentos.
Todo ser pensante é angustiado. A angústia é normal ao ser que pensa. Os inúmeros pontos de interrogação da vida, do mundo e do universo exigem um constante esforço e adaptação. A angústia é mola que nos leva para frente. E é ela ainda que nos obriga a procurar e achar respostas, soluções as necessidades.
Descobertas científicas, artísticas e literárias foram baseadas na angústia. Trata-se, porém de uma angústia metafísica, angústia construtiva e relativamente fraca.
Sempre existirá nas pessoas que pensam, queiram resolver problemas alheios e próprios.
No curso da própria vivência diverso obstáculos se interpõem. Elas ficam registradas no subconsciente. Nada escapa dele. É um maquina de fotográfica de alta resolução a registrar tudo o que está ao redor da pessoa. Mesmo que você não perceba algum som de forma consciente o subconsciente registra.

Aquele lanche básico num fast food da vida. Tudo que há no ambiente sua mente registra - mesmo, repetindo, não tendo consciência plena do fato.
O homem na era moderna é submetido a estímulos contínuos que ativam os seus sentidos e o atingem através dos diversos meios de comunicação, produzindo em sua Memória e seu Subconsciente o acúmulo de subsídios que podem até desenvolver reações físicas e mentais, inconscientes e subjetivas, que chegam a afetar sua segurança e bem estar; gerando episódicas e injustificáveis crises nervosas dominadas por sensações de angustia, medo ou pânico que transformam e agridem o seu ritmo de vida, demolindo seu psiquismo, confundindo sua mente e sem causa aparente.
A angústia é o ponto culminante da hiperemotividade - disposição a reagir emocionalmente de modo excessivo às ocorrências. Tudo se torna exagerado. Há uma lente de aumento diante dos olhos e pensamentos do angustiado crônico. A vida é um tormento constante pelas imaginações além da realidade.
A imaginação, sem dúvida, desempenha papel importante nesse mecanismo de “impressão-emoção-reação”.
O estresse não é ruim como muitos pensam. Graças a ele a humanidade sobrevive e existe. Estresse é uma reação natural de qualquer ser vivo diante de uma ameaça, procura de solução.
Um jovem que vá prestar vestibular terá estresse. Seja a dificuldade de entender alguma matéria, conseguir horário adequado para estudar em casa, a condução que demora a passar, o receio de não passar no vestibular etc.

A angústia exerce função crucial na simbolização de perigos reais (situação, circunstância) e imaginários (consequências temidas).
As reais são por conta de pais exigentes que não admitem filhos “burros” e, no caso da reprovação, confirmará ao filho o estado dele: burro.
Na mente do filho há o pavor quanto à reprovação e a imputação de “burro” pelos pais – consequências temidas.
Consequência? Caso o filho não consiga equalizar as informações e os próprios sentimentos, ou seja, caso admita que não é “burro”, mas que a reprovação foi pela falta de seriedade aos estudos, da possibilidade do fator emocional que interveio no momento da prova e que terá outra chance, terá resolvido os conflitos interno e da próxima vez o estresse será bem menor.
Porém, o filho acredita da impossibilidade de passar na prova por ser “burro”, aceita a sugestão ferrenha dos pais. Os sentimentos do filho serão de fracassado. O medo de prova sempre lhe virá à mente. Imaginação será recheada de obstáculos intransponíveis, haverá baixa estima.
É assim que se comportam os angustiados e ansiosos crônicos. Tudo é aumentado além da realidade. Todavia se for realmente difícil, a pessoa tentará evitá-la com várias desculpas que muito acabam distorcendo até a funcionalidade, qualidade, utilidade.
Não há uma dificuldade intransponível quando a pessoa larga os medos. Se uma pessoa vai fazer algo já com ideias de reprovação e incute dificuldades exorbitantes a ela mesma terá enormes chances de não começar, e se começar, possivelmente não completará.
“Só o conhecimento trás o poder”. Já dizia Freud.
Quanto mais conhecimento uma pessoa tiver menor será a sensação de se sentir burra.
Os verdadeiros obstáculos estão na própria pessoa.
Vergonha, timidez, baixa estima: eis os obstáculos mais comuns a todos os seres humanos. Quando esses sentimentos superam os sentimentos de coragem e determinação há bloqueios.

Se analisarmos certas pessoas analfabetas elas têm baixa estima. Sentem vergonha e são tímidas diante de pessoas mais instruídas. É comum até chamarem as instruídas de “doutores” mesmo que não sejam.
Na mesma comparação pessoas que estejam numa estratificação social inferior sentem vergonha, são tímidas e possuem baixa estima.
Algumas pessoas com mais instruções acadêmicas e boa posição socioeconômica tendem a se sentirem mais privilegiadas do que as demais. Soberbas e presunçosas usam o que possuem – conhecimentos gerais e acadêmicos; posicionamento na camada social - para humilhar outras pessoas. Na verdade possuem um ego insuflado – narcisistas – mas que precisam se sentir importantes e superiores. Há uma deficiência de personalidade.
São os mecanismos psicológicos – as formas de se autoanalisar e se autorresolver - que formarão a personalidade e caráter da pessoa ; como ela será para ela mesma e demais pessoas.
Timidez, vergonha e baixa estima levam as pessoas a tomarem resoluções de si mesmas diante da vida e demais seres humanos. Quando mal elaboradas surgem os complexos de inferioridade e superioridade de forma exacerbada. Não há um equilíbrio.
Não há como fugir dos conflitos humanos, pois cada qual tem uma maneira de pensar, contudo discernir sem apegos exagerados aos egos exaltados –narcisismo – é a melhor forma de diminuir os conflitos nos relacionamentos interpessoais.
Cada pessoa deve expor as próprias ideias. Saber ouvir é uma dádiva.
Por que as pessoas se digladiam numa conversa? Cada qual quer ter um ponto fundamental a demonstrar e defendê-lo.


Faz parte de a essência humana expor os próprios pensamentos. Se pensarmos profundamente nenhum ser humano possui um pensamento único e verdadeiro. Como assim?
Alguém já nasce sabendo de tudo?
A criança vem ao mundo. Apesar de já ter uma personalidade e caráter ela terá influência, direta e indireta, do meio em que vive. O primeiro núcleo social é a família. Depois será a escola, colégio etc.
Conclui-se que a ideia de um adulto é a compilação de tudo que leu, visualizou, sentiu.
“Nada se cria, tudo se copia”. Essa cópia é o processamento de todas as informações que a pessoa possui ao longo de sua existência.
Retornando a aurora humana e retornando ao nosso presente o ato de se expressar é uma busca íntima de autoconhecimento e conhecimento exterior. É uma necessidade normal.


Analisando mais profundamente ainda temos o instinto de sobrevivência.
De certa maneira é um impulso inconsciente o ato de se expressar – seja verbal ou gestual.
Quando uma pessoa fica privada de falar e agir há um mecanismo de defesa – o instinto – a disparar. O agir é a expressão de se defender e se fortificar. É uma ancestralidade dos nossos irmãos troglodita que precisavam se defender constantemente de predadores – as novas pesquisas antropológicas demonstram que nós seres humanos na verdade éramos o elo mais fraco dos seres vivos, isto é, as histórias sobre o homem matando com bravura os tigres dente de sabre é o puro desejo inconsciente do homem de vencer tudo sem temer nada.

Por que as pessoas se digladiam numa conversa? Cada qual quer ter um ponto fundamental a demonstrar e defendê-lo.
Já deu para ter uma ideia? Quando as pessoas defendem-se constantemente e vê nas outras pessoas “inimigos ferozes” há uma tendência de agressividade. Mais profundamente veremos que a agressividade é um sentimento profundo não resolvido.
Lembra-se dos complexos de superioridade e inferioridade? Que cada qual é uma distorção da realidade e uma formulação íntima de forma a se autoproteger?
As pessoas não conversam; lutam nas arenas do Coliseu emocional.
Essa luta são os egos: a defesa, a sobrevivência.


Mas a humanidade chegou ao século XXI. Não há como negar o acúmulo e veiculação das informações. Cada vez mais as pessoas discutem; cada qual deseja defender a teoria e tese. O mais engraçado disso é se tornarem co-autoras sem ao menos participarem das pesquisas. Só leram e ouviram.
E mesmo que participaram das pesquisas não há uma verdade incontestável, pois dependemos – na maioria das vezes – de instrumentos tecnológicos para sondas “os mistérios da vida”. Nossos cinco sentidos são “precários” para observar os micróbios, os fungos, os eventos cósmicos.
As pessoas precisam defender teorias para não sentirem medo e se apoiarem em algo que possa dizer: “Por que existe?”;” Qual a sua finalidade?”;” O rumo certo!”.

As pessoas não conversam; lutam nas arenas do Coliseu emocional.
Quem já não discutiu com um médico ou outro profissional de outra área?
Antes da internet os profissionais e acadêmicos falavam e empunhavam teorias e teses aos leigos. Esses escutavam pacientemente. Alguns divergiam, mas pela falta de conhecimento se calavam – mas o desejo de saber e divergir continuavam.
A internet quebrou a barreira entre diplomado e não diplomado. A não ser pelas habilidades práticas exigidas em dada profissão, as teorias estão a disposição de qualquer pessoa.
O próprio MEC (Ministério da Educação) aconselha aos professores a consulta à internet, pois as pesquisas e descobertas estão feitas menos tempo que a cinco anos atrás. Não é a toda que em alguns estados brasileiros as prefeituras estão fornecendo Notebook aos professores.
Antes era uma maravilha a alguns professores imporem os conhecimentos sem que houvesse argumentos contrários. Atualmente muitos professores têm que saber conversar, ter a humildade de ouvir um aluno que contra-argumenta.

Antes do acesso fácil as informações – do qual dispomos atualmente - alguns professores se valiam do que possuíam sobre os alunos. Alguns, de forma camuflada a posição de educadores, empunhavam seus complexos de superioridade.

Pode- se ainda dizer que o professor possui conhecimento especifico e, logo, saberá mais profundamente do que uma pessoa que possui conhecimento geral.
Mas se percamos uma pessoa que não tenha uma profissão e dermos a ela as devidas informações – ou ela pesquisar por si mesma – sobre determinada área terá os mesmo conhecimentos que um professor – ou até ser melhor, pois basta a cada qual se interessar e querer se qualificar, reciclar.
Terminando. A arte de conversar é antes de tudo deixar os complexos de inferioridade e superioridade. A conversa deve ter o intuito de autoconhecimento, aquisição de novas informações. A barreira da impressão a outra pessoa deve ser anulada. Muitas pessoas olham o exterior e não o conteúdo.
Dois advogados: um de terno e outro sem terno. Ambos começam a falar sobre direito. Quem levará mais crédito?
Não é ouro o brilho do ouro que ofusca o discernimento dos homens, mas a própria cegueira diante do brilho exagerado que dá as coisas exteriores.
Não é a toa que vemos falsários se dando bem com truques do tempo dos faraós.
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