.

Livros do autor: Direito do consumidor, sociologia, política etc. Amazon [clique aqui para acessar], um dos sites mais conceituados em livros digitais. Os livros são de minha autoria.

Pesquisar este blog

Pensar e Existir pelo celular. Digite o endereço (link)!

Voltar para a Primeira Página Adicione aos Favoritos | Apenas Internet Explorer Entre para nossa comunidade no Orkut Facebook mande para Google Mande e-mail Assine o nosso Feed Leitor: o pensador

Trânsito Escola

Artigos
Comentários

Violência no trânsito no Brasil

Violência no trânsito no Brasil

Os acidentes se referem:

1) A quantidade de veículos e pessoas nas vias públicas?

2) A má qualidade das vias terrestres?

3) A falta de educação do povo brasileiro?

4) A falta de fiscalização para coibir os transgressores das leis de trânsito?

5) A ineficácia da lei para punir severamente os infratores?

6) As mulheres que dirigem mal?

7) O excesso de velocidade?

8) Aos homens que dirigem agressivamente?

Eis algumas perguntas inquietantes.

Por que somos um país que mais mata no trânsito é uma incógnita que deve ser estudada pela psicologia de trânsito e juristas.

1) Japão e EUA possuem uma frota veicular superior ao Brasil, e se vê um índice de mortalidade bem inferior. Logo não é a quantidade de veículos causadora de desastres.

2) Certamente a má qualidade do piso contribui muito para os desastres automobilísticos. Portugal, Alemanha, EUA possuem uma manutenção viária constante.

3) É uma verdade. Infelizmente brasileiro não é de respeitar as leis, seja ela qual for. Infelizmente as leis são vistas como cerceadoras da liberdade. Não há uma mentalidade de que elas tentam criar um convívio harmonioso entre a massa humana. O ‘jeitinho brasileiro’ é uma mentalidade cultural que tenta fugir de responsabilidades pessoais as leis vigentes em nosso país. As desculpas são as piores possíveis para justificar atos contrários a lei: “fulano faz”; “político faz”. Ninguém deseja assumir a própria culpa. A uma verdade: a facilidade de conseguir algo ilegal justifica a burocracia em nosso país. Os inúmeros impostos, a covardia de não se investir satisfatoriamente na saúde, os inúmeros trâmites para legalizar, abrir firma etc., gera um desconforto de quem precisa o mais rápido possível e disso há os aproveitadores: agiotas, contrabandistas. Pensar que estão fora e dentro do setor público. O próprio DETRAN foi alvo de inúmeras investigações. Para ser mais exato os funcionários que viabilizavam a compra de carteira de habilitação.

4) Certa verdade. A “Lei Seca” não tem eficácia por falta de bafômetro. Há também a imoralidade de alguns agentes públicos, policiais, por exemplo, de livra o infrator mediante propina.

5) A maioria das punições de trânsito se resume em cestas básicas. Mata-se de forma violenta, mas a punição é branda. Nos EUA a pessoa vai presa, fica na porta do hospital ajudando os enfermeiros a colocar vítimas na maca; há o acompanhamento integral do motorista infrator à vítima, isto é, acompanha todo o processo de reabilitação.

6) Uma mentalidade machista. Mas tem certa lógica. Apenas na década de 1960 que a mulher passou a se emancipar. Até então era um ser inferior. Era uma pressão psicológica constante levando muitas a não quererem dirigir. Imagine pegar um veículo e sair na rua sob os olhares e piadas masculinas. A pressão psicológica era enorme. Um simples deslize era motivo de chacota. As mulheres que dirigiam, dirigiam sob o receio e medo de manchar a honra feminina. E dirigir sob pressão, indiferente homem ou mulher, só pode resultar em desastre.

7) O excesso de velocidade contribui muitíssimo para os acidentes automobilísticos. Porém temos que abranger a analise para um foco mais coerente. Nos EUA, Portugal e Alemanha há vias sem limite de velocidade ou a velocidade mínima é de 120 km/h. Para surpresa os índices de acidentes nestes países em tais vias são menores do que no Brasil em vias arteriais (que dá acesso aos prédios e tem cruzamentos em nível, geralmente velocidade máxima de sessenta quilômetros por hora, quando não há sinalização regulamentadora de velocidade máxima). Vê-se que não é a velocidade a causadora de acidentes em nossas vias se concluirmos que a velocidade máxima permitida no Brasil é de cem quilômetros por horas. Contudo o comportamento diante do trânsito (pessoas, veículos motorizados e não motorizados, semáforos etc.), as condições da pavimentação (esburacada, sem compensação nas curvas para aumentar a força centrípeta etc.), as intempéries, as condições mecânicas do próprio veículo.

8) Sim. Os homens dirigem agressivamente. Motivo? O carro passa a ser mais do que um meio de transporte, passa a ser um prolongamento do corpo e da mente. Como se fosse um exoesqueleto a transmitir ao meio externo a gama de angústias, felicidades. Muitas das informações de psicologia no trânsito no Brasil derivam de estudos em outros países que começaram a estudar o comportamento humano no trânsito. Os EUA começaram em 1960. Algumas conclusões para os diversos acidentes:

a) O veículo é sinônimo de STATUS. Quem está dirigindo, de forma inconsciente, sente-se mais importante que pedestres. A relação ‘estar a pé e de carro’ gera um conflito de identidades que culmina na maioria das vezes no desrespeito aos pedestres;

b) Em países onde a mentalidade cultural de racismo, mas não admitida na constituição, é fortíssima há uma desculpa encoberta por detrás do desrespeito aos direitos de pessoas quanto à cor, etnia;

c) O ato de dirigir envolve sensações de liberdade (vento no rosto, rapidez e escolha pessoal do trajeto; diferente de pegar um ônibus no qual fica à mercê do itinerário da linha, horário que passará no ponto de embarque e desembarque de passageiros). O simples momento de ter que parar por motivo de sinal na cor vermelha implica perda de liberdade;

d) Motoristas descontam suas frustrações e alegrias ao volante. O veículo passou a ser um elo de catarse (expurgo emocional);

e) Há casos de suicidas que, numa frustrada tentativa, relataram mais tarde que depois de mortos as pessoas pensariam ser mais um acidente trágico automobilístico e não culpariam a pessoa do motorista. Pode não parecer, mas suicídios frustrados revelam uma preocupação da imagem pós-morte: ser chamada de fraca e levar problemas para a família, por exemplo;

Enfim, acidente de trânsito envolve mais do que condições da via, do veículo e das intempéries. Não é à toa que 90% dos acidentes de trânsito se relaciona a falha humana. E o pior é que a mentalidade irresponsável ao trânsito está crescendo no público feminino: excesso de álcool e velocidade, o desrespeito as leis de trânsito e principalmente a pessoa humana. A cada ano há um crescente envolvimento do público feminino nas estatísticas de acidentes de trânsito. Por quê? Ainda não se chegou a um consenso, mas supõe-se que o número de mulheres causadoras de acidentes era menor em alguns anos atrás devido ao menor número de mulheres habilitadas do que atualmente. A verdade só virá com mais alguns anos adiante.

No Brasil há um “porém” que deve ser levado em consideração quanto aos acidentes de trânsito: violência armada. Falo da falta de segurança pública. À noite vários motoristas se sentem e estão desamparados diante da ineficácia de uma política séria e eficiente para coibir o crescente governo paralelo do tráfico. Absurdo colocar fiscalização de madrugada em pontos notórios de assaltos. No inconsciente coletivo reina o medo de ser assaltado. As estatísticas de excesso de velocidade e avanço de semáforo na cor vermelha deveriam especificar o local e horário do cometimento da infração. Veríamos claramente que tais locais são de alta ou altíssima periculosidade.


Share/Bookmark
BlogBlogs.Com.Br