.

Livros do autor: Direito do consumidor, sociologia, política etc. Amazon [clique aqui para acessar], um dos sites mais conceituados em livros digitais. Os livros são de minha autoria.

Pesquisar este blog

Pensar e Existir pelo celular. Digite o endereço (link)!

Voltar para a Primeira Página Adicione aos Favoritos | Apenas Internet Explorer Entre para nossa comunidade no Orkut Facebook mande para Google Mande e-mail Assine o nosso Feed Leitor: o pensador

Trânsito Escola

Artigos
Comentários

Fracasso na relação: culpados?

image

Há quem diga que a relação amorosa dura enquanto os dois enamorados se amam até que dure a ilusão do amor.

A ilusão dita é o só enxergar o que se deseja na outra pessoa, isto é, se projeta na segunda pessoa o que deseja (va) encontrar no (a) parceiro (o), mas, no fundo, são emoções e idealizações de quem as projetam.

Geralmente as pessoas se “identificam” com o (a) parceiro (a) de acordo com as necessidades e quadro emocional que estão vivendo. Alguns exemplos:

1. Mário está desempregado. Vendo a sua socioeconômica afundando encontra uma mulher que acredita que a vida prega surpresas e que as pessoas devem ajudar uns aos outros. Mário se sensibiliza com a atitude da pretendente e começa a gostar dela por ser uma pessoa altruísta a ele;

2. Maria, depois de um relacionamento frustrado, por maus tratos do ex-marido, conhece um homem que a trata como uma rainha. Maria passa a ter confiança – resgata a capacidade de acreditar nos bons relacionamentos e na figura masculina – e se entrega de corpo e alma ao novo relacionamento;

3. Paula é uma mulher ativa profissionalmente. Sempre zelou pelo STATUS profissional diante das demais pessoas. Certo dia encontra um homem e nos breves diálogos verifica que ele também zela pelo STATUS profissional. Ambos se identificam e se enamoram;

4. Maurício acha que todas as mulheres são infiéis devido a um relacionamento passado em que foi traído pela ex-mulher. Depois, conhece uma mulher, que vivenciou a mesma situação. Ambos começam a falar mal dos ex. Passam a se identificarem e reconhecem que são pessoas honestas no relacionamento. Há o namoro;

5. Joana é uma mulher determinada na busca da saúde física. Sua alimentação é regrada e faz exercícios físicos regularmente. Conhece um homem que também se preocupa com a saúde física. Com os encontros casuais na academia, ambos começam a se identificar com as conversas sobre nutrição, exercícios. Marcam encontros e começa o namoro. Além do culto ao corpo, ambos veem que há respeito e carinho;

6. Mônica deseja melhorar de vida financeira. Trabalhadora e determinada quer conhecer parceiro cujo pensar seja similar ao dela. Conhece um homem e ela vê que ele tem a mesma determinação. Acaba descobrindo que ambos podem conseguir os propósitos juntos, pois, além disso, existe a excitação sexual entre eles;

7. Na praia Carlos está jogando bola. Depois de algumas partidas de futebol vê uma mulher (Patrícia) deitada na areia. Carlos gosta do que vê: o corpo escultural da mulher. Procura se aproximar dela e, depois, consegue iniciar conversa. A mulher se simpatiza com Carlos devido à educação dele em cortejá-la, além de acha-lo atraente. Depois de alguns dias de encontro Carlos e a Patrícia passam a namorarem. Respeito e desejo de formar família, boa parceria sexual, companheirismo. Ingredientes que os motivam a se unirem em compromisso mais sério: casamento.

Acima pequenos exemplos de como acontecem os relacionamentos amorosos humanos. Mas com o passar do tempo cada qual passa a ver como a outra pessoa realmente é, ou, em certas ocasiões da vida, um vê a mudança de humor e valores na outra pessoa.

Inicialmente há similaridades de aptidões seja sexual, profissional, gostos, pensamentos. Sempre nos primeiros dias e meses de relacionamento cada parceiro assume uma postura defensiva e autovigilante para não magoar a outra pessoa – a não ser que a pessoa tenha algum distúrbio de personalidade exacerbado (complexo de inferioridade) e passa a assumir uma postura arrogante (defesa do ego, e assume postura superior às demais pessoas) diante das demais pessoas. É de considerar também que há pessoas com problemas de distúrbios emocionais mais sérios dos quais sentem prazer em humilhar as demais pessoas como os sociopatas, por exemplo.

Com os meses há mais entrosamento e certa liberdade em dizer o que pensa em relação à outra pessoa, mas com respeito aos sentimentos alheio. Quanto mais estreito e duradouro o relacionamento amoroso, maior é o compartilhar das emoções de ambos, ou seja, nos primeiros dias e meses há paixão, e paixão é cegueira: se vê o que se deseja e não a personalidade íntegra da outra pessoa, depois, cada qual verá a realidade (caráter, personalidade) uma da outra.

Quem é perfeito?

A vida humana é um ensaio ao aprendizado. Por mais que se diga que se é forte para qualquer situação tal afirmação só é verdadeira até que não aconteça algo diferente na vivencia própria.

Pessoas corajosas e destemidas sucumbiram diante de problemas que jamais pensaram em passar. Não que sejam problemas além das resistências físicas ou orgânicas, mas, problemas (situações) totalmente atípicos ao padrão socioeconômico e até sentimental.

Os seres humanos vivem oitenta por cento condicionados, isto é, rotinas diárias. Acostumados aos padrões culturais locais (comida, vestuário etc.) acabam assumindo que a vivência que possuem é normal e assim deve ser. Nas mudanças há o choque e certa dificuldade em aceitá-la. Somente – não o tempo, mas discernimento – é que o ser humano passa a aceitar e saber conviver com as mudanças da própria vida.

Explicando. As pessoas pensam em encontrar um (a) parceiro (a) que seja bonito (a), atraente, companheiro (a), educado (a), carinhoso (a), com vigor sexual, determinado (a) a manter o relacionamento. Pensam, ainda, em eterna felicidade, que a pessoa seja como sempre foi no inicio do relacionamento. Mudanças causam desconfortos e até é considerado, em alguns casos, como declínio no relacionamento.

As particularidades nos gostos, e quando não correspondidos, causam desgostos: o cabelo que era atraente, não existe mais; antes os músculos, agora camadas de gordurinhas; antes as nádegas lisas e arredondadas agora assumem aspecto de casca de laranja com mesclada com a de tábua de passar roupa; o (a) compreensivo (a) passa agora a ter dias agitados e comportamentos insensíveis; da coragem, a relutância, sem explicação, do vencer obstáculos. E assim caminha a doce ilusão: perfeição.

Nos momentos reais da vida com seus acontecimentos imprevistos, as pessoas – as que não enxergam a realidade da vida e suas leis e acontecimentos naturais independentemente do controle humano, e a engrenagem complexa da mente humana – sentem medo dos imprevistos. Assumem postura de fuga ante o novo e, o amor, acaba em frações de dias e meses.

A vida em si é um ensaio a procura de soluções. Soluções exigem coragem, determinação, paciência, veracidade dos fatos. Recuar nem sempre é sinônimo de covardia, mas saber que há limites sob risco de prejuízos maiores se se apressar à solução. E cada qual tem seu limite, ninguém é desbravador completamente sem auxilio de demais pessoas – lideres precisaram e precisam de ajuda de outras pessoas. Sob a ótica distorcida da perfeição completa, as pessoas procuram uma nas outras, o que querem para si e, quando se deparam com a fragilidade normal, que todos os seres humanos possuem, passam a considerar repulsiva – projeção de si mesma: medo de errar, mas condena ou acusa a outra pessoa sem saber que se acusa a si mesma.

Antes da Segunda Guerra Mundial, as mulheres dependiam dos homens economicamente para sobreviverem. Elas eram ensinadas a serem donas de casa – que por sinal é mais desgastante do que trabalhar em escritório – e aceitarem o que os homens faziam. Pós- guerra, as mulheres começaram a se emanciparem e a divergirem dos tratamentos masculinos a elas. Sob o esforço próprio – proporcionado pelos novos tempos de poder trabalhar, ter liberdade sexual e de escolha – as mulheres passaram a repudiar a dominação, os maus tratos masculinos.

Os homens, acostumados a terem controle total, começaram a sentir a fragilidade diante das mulheres. Fragilidade de não mais terem o controle sobre elas já que os novos tempos proporcionava independência socioeconômica delas.

Mas algo também mudou: perfeição condicionada. As mídias aliadas às indústrias da beleza colocam ao público que para ser feliz em um relacionamento, ou para se conseguir se relacionar, se faz necessário ter um corpo, pele e trejeitos conforme as regras que as indústrias e comerciais mostram, ditam.

Ser aceito (a) é ser compatível com as regras impostas: ter bom cargo profissional, silhueta condizente com o modismo das passarelas e celebridades – que foram padronizadas por estilistas e a indústria da cirurgia plástica, por exemplo -, boa dicção, inteligência, coragem. Enfim, o ser prefeito tão sonhados nas imemoráveis eras da humanidade.

O desejo de não ser imperfeito, e saber que há imperfeição no ser humano – é de se saber que a humanidade sempre procurou um jeito de não ser imperfeita: Francis Galton, primo de Darwin, criou uma teoria de que há características genéticas que são mais favoráveis a perfeição humana. Com tal teoria, em 1934, os EUA começaram a esterilização forçada feminina caso houvesse alcoolismo, homicídios, pobreza financeira, doença mental na árvore genealógica. Era a eugenia, que, também, Hitler, mais tarde, usou na sua visam de Raça Ariana – causa desconforto, repulsa.

Assim, qualquer desalento é visto como algo ruim e que se deve afastar. As doenças em si são vistas como obstáculos a felicidade, pois impossibilita o ser humano e de quem cuida. As perfeições impostas atualmente pelas indústrias de beleza e pelos comerciais, que incentivam ao consumismo desenfreado, criam, subliminarmente, nos seres humanos a busca da perfeição nos relacionamentos humanos em geral. O STATUS nunca foi tão explorado pela mídia: é ter para ser feliz. Ter carro zero quilômetro, casa com piscina, corpo de acordo com o modismo etc. – notem que sempre há pessoas rindo e felizes, induções, ao terem o carro do ano, a mansão, o galão ou a cobiçada atriz.

Liberdade feminina, sexual; quebra dos tabus e dogmas religiosos e da instituição familiar – ser solteiro (a) é ter liberdade, enquanto casar é ser cerceado (a). Eis o quadro em que se encontra a humanidade. A liberdade passou a ser desculpa para intolerâncias, busca do prazer desenfreado, duradouro e imutável. Busca-se a felicidade desde que atenda aos interesses particulares sem se preocupar com os erros e defeitos próprios, ou seja, desejo de ter e encontrar felicidade em alguém, mas jamais procurar e ser compreensivo (a), tolerante com a outra pessoa. É o ser como é sem querer analisar-se quanto aos próprios defeitos, e não ser “desmascarado (a)”.

É a época da intolerância, do narcisismo.

 

Conclusão

Relacionamento é saber que a vida em si apresenta mudanças (intempéries), a vida socioeconômica – por questões de ganância de algumas nações – possui mudanças, que o corpo humano segue o seu destino como qualquer matéria (que é energia condensada): deterioração; isto é, da energia aprisionada (matéria) para a energia real antimatéria (Teoria de Einstein). Que convívio amoroso, ou qualquer tipo de relacionamento que exige mais contato por mais tempo, é ensaio de reflexão sobre si mesmo: trejeitos, manias. É a busca da tolerância, companheirismo, solidariedade.


Share/Bookmark
BlogBlogs.Com.Br