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Lavagem cerebral

Lavagem cerebral
Comprei a edição de março da superinteressante. Fato interessante foi sobre a matéria ‘lavagem cerebral’. Realmente estamos numa era de lavagem cerebral. Nunca na história humana a psicologia foi tão usada nos comerciais, religiões e política.

Sempre tive vontade de ler sobre a mente humana e seus mecanismos. Lembro-me que com quinze anos de idade eu mesmo comprei alguns livros: treinamento da argumentação; como persuadir falando; psicologia sem mistérios etc.

Livros de fácil leitura para pessoas leigas.
Os temas eram sobre psicologia reversa, reflexo condicionado, linguagem corporal.
Por que eu tinha curiosidade? Eu tinha problemas para falar. Fiz tratamento com uma fonoaudióloga por dois anos. Na época era chamada de “terapia da palavra”.
Psicologia reversa: queria me tornar um orador, pois não falava corretamente. Eu era parecido com o “Cebolinha” - personagem de nosso grande historiador infantil Maurício de Souza.
Depois disso comecei a colocar em prática. Frequentei (uma a duas vezes) vários tipos de religiões, principalmente evangélicas. Não estou falando mal dessa religião, mas acho ruim quando exploraram as pessoas prometendo um lugar no céu, cerceiam de tal forma que faz a pessoa acreditar que se sair dela terá uma vida sem sorte etc. 

Lembro-me de uma. Interessante o mecanismo de persuasão. Os fiéis levantados, o bispo lendo e os obreiros ao lado dele. Depois o bispo mandou todos os fieis se sentarem – eu sentei também. Depois o bispo começou a falar. Os obreiros saíram do lado dele e foram ao nosso encontro com sacolas. Cada um dava uma quantia. Eu não dei assim como alguns. Depois os obreiros retornaram para próximo do bispo e depositaram as quantias numa caixa. O bispo começou a orar pelos que deram uma contribuição e pediu para os doadores levantarem-se. Quem doou levantou, e quem não deu nada ficou sentado. Novamente passaram os obreiros e começaram a recolher de quem não deu na primeira vez. Eu quase contribuí quando tive o “insight”. Que maravilhosa técnica de persuasão. Quem estava levantado representava os servos de deus; quem não deu nada eram os excluídos. O simples fato de diferença de nível gerou um desconforto em quem não doou na primeira vez.
Sai sem contribuir, mas fiquei maravilhado com a técnica eficiente de persuasão. Por outro lado fiquei chocado por usarem a técnica.
Outra aventura foi em relação à compra de um quite de produtos de beleza. Vi vários amigos participarem da rede. Uma amiga tentou me vender o quite e disse que eu ganharia muito dinheiro sem trabalhar muito – uma das primeiras técnicas: trabalhar pouco e ganhar muito.
Marcamos um encontro para ela me explicar. Na verdade queria sondar as técnicas usadas. E seria um jogo mental interessante, desafiador aos meus conhecimentos.
Ela começou a perguntar de forma indireta os meus sonhos, gostos, minha família, trabalho. Depois, de forma sutil, explorou minhas frustrações. Claro que não disse todas.

Na época eu era instrumentador cirúrgico, habilmente ela me disse o que seria de meu futuro caso eu perdesse os movimentos de uma mão. Fiquei pensando e deixei-me levar pelas palavras dela. Senti medo, pois como eu sobreviveria, teria o meu salário.
Medo. Uma das chaves da técnica de persuasão.
Tivemos quatro encontros. Era para ser apenas dois, mas havia algo que ela não aprendeu: não se envolva. Conhecíamo-nos há um bom tempo. Tinha uma simpatia entre nós, mas ninguém tomava a iniciativa.
Explorei essa brecha. Por isso fomos para o quarto encontro. Comecei a explorar os sonhos dela e a afinidade por mim. Fi-la pensar que poderia me vender o produto, mas ao mesmo tempo teríamos um caso. Imagine: vender e, além disso, ter uma paquera antiga.
Maldoso de minha parte? Não. Já explicarei.
No final ela ficou com raiva de mim por não ter comprado o quite e ainda mais dar a entender que eu ficaria com ela. Vendo-a frustrada completamente comecei a conversar e dizendo que o que fiz foi uma das técnicas usadas para persuadir uma pessoa. Ela ficou mais indignada ainda e quase me expulsou da casa dela. Mas com extrema paciência comecei a apontar as técnicas da empresa, as promessas feitas a ela e o que tinha realmente por de trás dos shows de promessas, reuniões onde todos gritavam; pessoas eufóricas, oradores de ternos e falando sobre as riquezas conseguidas na empresa.
Pirâmide. Não falo das egípcias, mas empresas que prometem, mas quem ganha é quem começou cedo na formação da “pirâmide”. Os últimos membros da “pirâmide” – se ela já está saturada -, não proporcionará elevação de ganhos a estes. Já houve várias firmas montando pirâmides em alguns anos atrás, mas ainda continuam.
Pessoas perderam dinheiro – um dos amigos na época vendeu a empresa de produção de granola, que ia muito bem, para ter mais dinheiro e entrar de “cara” – com essas “pirâmides”.

Enfim, estamos sob persuasão constante: amigos, família, patrão, políticos etc.
O que não pode acontecer é explorar as pessoas para um fim egoístico e prejudicial. Promessas sem veracidades e descabidas. Um bom exemplo é de um político que prometerá casas as pessoas que votarem neles. Ora, a nossa constituição de 1988 obriga nossos administradores a criarem infra-estrutura, independente de raça, credo – habitacional para todos os brasileiros. Logo, não é um favor que eles estão nos fazendo.
Por isso sempre defendo a democracia com um povo instruído. Sem educação (moral e intelectual coesas) haverá sempre a possibilidade de manipulação.
Não vá pensar que somente as pessoas sem instrução escolar, colegial e acadêmica representam barreiras às técnicas de persuasão. Lembram da Segunda Guerra mundial? Da Guerra Fria? Emoções desordenadas por medo (da morte, de ficar na miséria – e seja lá mais o que possa usar) aliadas a teorias científicas (genética, por exemplo) defendidas a unhas e dentes por pessoas segregacionistas só podem resultar em líderes e seguidores fanáticos.
Pensar sempre é preciso. Não pensar com receios, mas com lucidez e conhecimento adquirido por constante leitura e acompanhamento dos fatos atuais e históricos.

Entramos nos "estranhos" acontecimentos na nossa política.
A manipulação de opinião pública por parte de alguns políticos inescrupulosos ganhou dimensões exorbitantes graças os meios disponíveis: mídia em geral.
Espalhar boatos, explorar as irregularidades do "inimigo" político são técnicas eficazes que muitas vezes fazem as pessoas só enxergarem “o lado negro” de outro candidato. Nisso não falam sobre os planos de governo. Se falarem, são meras conjecturas desconexas.
Mais uma vez a técnica de persuasão está sendo usada: distração para um fim.
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