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Por que casar em pleno século XXI?

Quem já foi casado argumenta que o casamento é uma instituição falida.

O que leva a uma pessoa a se casar com outra pessoa. Para isso teremos que investigar um pouco da concepção de casamento.

Através dos séculos, a instituição do casamento tem mudado e continua mudando.

Na história antiga casamento era mais patrimonial do que de paixão. Muitas sociedades antigas precisavam de um ambiente seguro para a perpetuação das espécies. Um sistema com regras, para tratar e garantir os direitos de propriedade e a linha de ancestralidade.

O casamento envolve sentimentos muito primitivos e difíceis de serem enclausurados, dentro das normas modernas da civilização. Como o sexo, atração e fidelidade.

Segundo a ciência, todo ser humano é polígamo, não tendo predisposição a ter apenas um parceiro. Ele não nasceu para ser monogâmico. A monogamia é uma característica do nosso modelo social moderno, amplamente influenciado pela moral judaico-cristã.

Tanto mulheres como homens são biologicamente predispostos a trair seus parceiros, provando que a monogamia é um mito perpetuado pela religião e a moral. Mas, algumas religiões, especialmente a Islâmica, também permite que a poligamia exista especialmente praticada pelos homens. Em países como Coréia e China, que não são Islâmicos, ela também aparece.

Em qualquer país o casamento é visto positivamente. Os rituais sempre têm um sentido de amor, prosperidade, espiritualidade, saúde, fertilidade etc.

Mas a realidade é outra. Há brigas constantes, desconfianças, intrigas. Por quê?

Primeiramente temos que observar os motivos de uma pessoa querer casar.

1) Sair de casa. Não aguenta os pais e quer de qualquer forma sair de casa. O casamento seria uma boa possibilidade de sair e não ficar na rua;

2) Sexo. Por mais que venha a declinar o desejo sexual no (a) parceiro (a) o sexo entre casal passa ser o “confiável” e “disponível”. Confiável, pois há um depositar de confiança na outra pessoa de que não trairá e disso não ser contaminado (a) por DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis. Disponível na razão de não ter o trabalho de conquistar para ter o desejo saciado;

3) Continuar a perpetuar o nome e sobrenome de família;

4) No caso do homem ter uma mulher para cuidar dele – uma espécie de segunda mãe;

5) No caso de mulher o desejo de ter alguém que a proteja fisicamente – um resquício ancestral, pois o homem tem mais massa muscular que a mulher e ela leva desvantagem em relação a um ataque masculino e de certa forma tem menos resistência para o trabalho braçal (não é o caso atual porque existem máquinas que fazem o trabalho braçal);

6) Cada qual contribuir para uma vida socioeconômica melhor;

7) Casar para afrontar, seja a própria família que está contra o casamento ou a família do parceiro (a);

8) Demonstrar capacidade perante a concorrência. “Conquistei a pessoa cobiçada por todos”;

9) Retribuição de carinho por ter sido (a) ajudado (a) no momento de dificuldades;

10) Possuir traços semelhantes com um (a) artista;

11) Pessoa exótica;

12) Compatibilidade de idéias, gostos, sonhos;

13) Foco em particularidades físicas (cor dos olhos, silhueta, altura etc.);

14) Modo de comportar-se diante de outras pessoas;

15) Nível de escolaridade;

16) Choque social - pessoa que foge aos padrões culturais.

Alguns exemplos. Quando uma pessoa vê a outra pessoa não como ela é - defeitos e qualidades – há uma chance enorme de dissolução.

O conflito no casamento começa justamente pelo simples fato de compartilhar um espaço de forma contínua. E desse espaço cada qual passa a ver como a pessoa é realmente. Porém há um “porém” nisso. Todos são humanos. E cada qual possui um momento de compreender, analisar, absorve e se expor verdadeiramente. Não são os anos que mostrarão o íntimo de cada pessoa, mas a capacidade de dialogo franco sem ataques pessoais e pré-julgamento. Existe ainda o “limpar” da mente, isto é, saber ouvir a outra pessoa e não pensar por ela.

Uma das falhas do ser humano em qualquer tipo de relacionamento é não saber oubir.

Quanto menor à distância e mais prolongado o tempo de convívio sempre haverá atrito no relacionamento, seja lá qual for.

É assim entre familiares, amigo, namoro, “ficante” (não aquele (a) de um dia, mas pessoa que passa a ter estreito laço de convívio) e cônjuges.

Todos possuem sonhos, medos, complexos, alguma deficiência orgânica. Expor-se a uma pessoa por mais próxima que seja é como abrir as “portas de segurança” e ficar vulnerável.

É uma forma de se autoproteger de pessoas que desejam brincar com os sentimentos e uma resistência do ego em admitir que esteja errado em uma atitude.

Essas “portas de segurança” represam toda vivência pessoal. Atrás das “portas” estão os medos, os segredos mais íntimos.

Infelizmente há pessoas que se acham melhores do que as outras - mas não olham os próprios defeitos; não deixa de ser uma projeção de si, dos conflitos internos a outra pessoa – e mesmo que aja pessoa que tenta entender a dor alheia colocará mil soluções do jeito que pensa ser exato – de acordo com as próprias aptidões emocionais, intelectuais e econômicas; colocará as próprias superações como forma de ajudar e demonstrar que é possível vencer um obstáculo, contudo, cada evento nunca será igual ao outro.

Está é a grande divergência nos relacionamentos: não enxerga a outra pessoa como ela é e não tentar compreender a dor real dela, pois só ela saberá, em alguns casos, o grau da dor que sente.

"O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição". (Aristóteles)

Sim. Somos imperfeitos. E como vimos o verdadeiro amor é compreensão de ambas as partes. Todavia há mais que compreensão, exige-se a conduta.

Por que se trai? É uma função biológica? O não trair é uma tentativa religiosa de conter o instinto sexual?

1. Imaginação:

a) Será o sexo melhor com essa pessoa?

b) Ela parece ser mais educada e compreensiva do que a pessoa que estou.

2. Resolução diante de um acontecimento:

a) Disse-me palavras que me confortaram. É uma pessoa perfeita nisso.

Imaginação.

A rotina provoca isso. Ninguém gosta de rotina. E quando se olha outra pessoa, geralmente espelha nela todas as imaginações que queria ter com o (a) parceiro (a) e toma aquela cena cinematográfica como um contínuo estado de ser da pessoa vista (será que ela não tem um dia de estresse?).

A falta de diálogo sincero, sem tabus e dogmas, é o princípio de uma má relação.

Resolução.

Uma pessoa fragilizada tende a ver o que ela quer para ela. Nesse momento toma um acontecimento bom como sendo uma totalização do personagem que escutou. Na verdade esquece-se que o ser humano é um contínuo mudar de humor pelas circunstâncias da vida. Negar tal fato é negar a possibilidade de tentar ser feliz com alguma pessoa.

E a liberdade sexual do século XXI; a independência feminina em relação ao homem no contexto socioeconômico; a independência do homem em relação à mulher no contexto de se virar sozinho (existem máquinas que facilitam a vida das pessoas)?

Logo, para quê casar?

Sem as concepções religiosas e sociais dos quais “obrigam” as pessoas a se casam.

Sempre haverá o desejo de estar com uma pessoa do qual se identifica, há amor correspondido; não um amor perfeito, pois é inexistente, contudo, amor de se importar verdadeiramente com a outra pessoa, a química sexual, a busca pelos ideais comuns mesmo que alguém tenha que ceder algum sonho; é se sentir completo sem procurar ser completo em todos os momentos; é o doar sincero; é sentir o coração disparar sempre que se vê a pessoa que se gosta sem se importar como ele (a) está vestido (a); é passar o tempo sem se preocupar com o passar das horas; é sentar perto sentir o cheiro do corpo e ser uma só pessoa; é rir, chorar, gritar – sem medo de parecer fraco (a); é ver a mão estendida mesmo que tenha sido grosso.

Quando cada qual despejar no solo as imaginações e resoluções de certo que o relacionamento perdurará. Pode acontecer que realmente tenha apagado o amor, mas se houve ficará a amizade.


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