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Trânsito Escola

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Qual silhueta normal?

Corpo e modismo


Uma breve história sobre o corpo.


A aparência física do corpo humano sempre obedeceu aos ditames dessas conceituações instáveis, sofrendo multiplicidades de alterações em seus padrões e modelos estéticos, a depender da época que, com valores e culturas específicos, determinaram, e ainda determinam, os modelos

referenciais de beleza. O porte atlético bem delineado em esculturas grega antigas, que tinham

como valor máximo embates em guerras e jogos, o perfil alongado e etéreo dos egípcios como padrão de beleza que se direcionava às buscas sacerdotais e seu contato com seus mitos e deuses, o delicado e angelical perfil das gueixas japonesas, o sobrepeso das musas medievais e renascentistas num período de cortes opulentas que deveriam ser demonstradas à “flor da pele” são exemplos da variação dos padrões estéticos de imagem corporal em função dos valores de diferentes épocas e regiões.


Os gregos eram excelentes escultores, pois buscavam retratar o corpo humano em sua perfeição. Músculos, vestimentas, sentimentos e expressões eram retratados pelos escultores gregos. As artes plásticas da Grécia Antiga influenciaram profundamente a arte romana e renascentista.


A estátuas serviam como expressão de poetas e filósofos, pois a maioria dos homens tinham membros amputados devido as guerras. Quanto as mulheres é visível com quadris largos. Uma nova teoria baseia a largura do quadril feminino a capacidade de gerar mais filhos e instintivamente os homens procuram, inconscientemente (aquela famosa olhadinha para bunda da mulher – quanto maior, melhor), sentem mais desejo por mulheres assim.


Na Idade Média as mulheres eram pintadas com silhuetas maiores em suas proporções ou gordas se assim alguns preferirem.


A questão quanto a silhueta variou conforme o período da história humana, mas sempre abordando o desejo do ser humano por um corpo forte para resistir as doenças e enfrentar as aversidades da vida, capaz de gerar boas proles etc.


Nas esculturas Astecas várias figuras de mulheres com seios fartos. A simbologia era a capacidade de amamentar. Seios grandes eram sinônimos de boas reservas de leite materno e consequentemente

uma prole mais saudável e resistentes as doenças.




Mas o corpo em si não era apenas procriar. O erotismo era visível também nas artes plásticas de qualquer época. A busca por poções que aumentarem a libido sempre culminou o imaginário humano. Contudo, importante a reprise, padrões corporais variaram em cada época.


Algumas curiosidades a mais.


1) Depilação


A história nos revela que em 1500 a.C. os homens já removiam os pêlos com um depilador feito de sangue de diversos animais, gordura de hipopótamo, carcaça de tartaruga e trissulfeto de antimônio.


Os romanos também se referem a composições depiladoras, algumas das quais continham soda cáustica como destacado ingrediente. Cleópatra tirava seus tão indesejáveis pêlos com faixas de tecidos finos banhados em cera quente. Embora os depilatórios químicos sejam considerados uma invenção contemporânea, o processo para remoção dos pêlos através de decomposição química surgiu na Antigüidade. Na realidade, durante séculos seu desenvolvimento ficou adormecido e diversas outras alternativas foram introduzidas.


  1. Halterofilismo

O Halterofilismo surgiu na Grécia, no

treinamento de atletas “que usavam os halteres como ponto de

apoio/impulso” (Schermann), personificado no mito do lendário

herói grego Milo de Cróton. Segundo o mito, Milo de Cróton

desenvolveu volume e potência musculares carregando diariamente

um bezerro até à sua maturação como touro, deixando implícitos os

princípios básicos, modernamente explicáveis cientificamente:

metodológico – o aumento gradativo da resistência oposta aos

movimentos do corpo humano; biológico – estímulos às alterações

do metabolismo muscular (propiciando reações orgânicas gerais )

induzindo hipertrofia e potência musculares crescentes como

respostas orgânicas, para manutenção do equilíbrio homeostático,

em reação aos estímulos crescentes das cargas aumentadas

gradativamente. Na história do Halterofilismo, encontram-se

freqüentemente exibições folclóricas em feiras e de circos, de

artistas exibindo corpos trabalhados e/ou executando provas de

força, seja puxando diversos tipos de veículos ou levantando pesos

– inicialmente com enormes bolas interligadas por barras, as

marombas – com aferições reais ou falsas, preenchidas ou não com

artefatos de chumbo. Deste jogo de aparências, provavelmente se

originaram os preconceitos iniciais com relação à atividade gímnico-

esportiva do Halterofilismo como aplicação e desenvolvimento

muscular puros, levando à criação da designação de Culturismo,

que permitia sua inserção social.


Chegamos a uma observação interessante: padrões corporais, culturas e momento histórico deflagrando em uma preferência pelo corpo “mais belo” e “mais capacitado”.

Disso temos a inclusão ou exclusão social dependendo ou não da concordância: corpo e coesão aos padrões estéticos vigentes.


Na década Idade Média pelo uso de roupas cobrindo a maior parte do corpo – corpo era assunto de tentação do demônio – tanto a higiene quanto a preocupação com a estética não eram lá cultuadas.

Mulheres peludas, mal cheirosas; homens peludos e mal cheirosos. Banho? Uma vez por mês, e com um simples passar de pano nas axilas e partes intimas.


A exposição do corpo humano – não em relação as pinturas – só retornou na década de 1960.

E expor o corpo é expor silhuetas, cicatrizes, pelos etc. A preocupação com a aparências retornou.

A partir de 1960 e em diante a procura pelo corpo “perfeito” suscitou em crescentes pesquisas na ramo da estética.

Não vá pensar que há único padrão estético feminino:

a) No Brasil são as nádegas;

b) Nos EUA, os seios;

  1. No Canadá, braços.

O que está acontecendo com os padrões de beleza atual?


Nunca na história humana se tentou uniformizar um padrão único. As cirurgias plásticas são um bom exemplos disso. Cada vez mais mulheres colocam silicones nos seios, nádegas, pernas, braços etc. Quanto a fisionomia se vê também uma tentativa de padronização: nariz, lábios, pálpebras e orelhas. Um fato real é a crescente procura de asiáticos por clinicas de cirurgia plástica para deixar os olhos iguais dos ocidentais.

Mulheres muçulmanas gostariam de afinar o nariz para parecerem com as atrizes norte americanas.

Enfim, há uma necessidade de copiar e renegar as próprias origens.


A custa disso há uma indústria famigerada por lucros. Os comerciais exploram a ingenuidade das pessoas quanto aos efeitos colaterais de uma cirurgia. Colocam no inconscientemente coletivo a necessidade de ser aceito socialmente, isto é, fazer parte do modismo. De forma sublimar tentam incutir uma mentalidade que foge a realidade de cada raça: a conformação óssea, as proporções e dimensões de cada estrutura são diferentes. Vemos então ossos serrados, enxertos etc.

Inúmeros casos mortes e invalidez crescem: seja pela desqualificação do profissional, a tentativa “custe o que custar” para ficar parecido/estar na moda.


Lembro-me de um seriado, “Além da Imaginação”, cujo episódio tratava da cirurgia plástica e padrão estético.

Uma mulher dentro de um hospital em aflição constante por ter que fazer uma cirurgia plastica no rosto. Só aparecia o rosto dela. Enfermeiros, médicos e familiares só se viam do pescoço para baixo.

Havia suporte psicológico para essa mulher.”Você sabe que os riscos são poucos e no final você se sentirá bem melhor. Sei que lhe incomoda isso, mas atualmente as técnicas cirúrgicas são quase livres de efeitos colaterais posteriores”, dizia a psicóloga.

Não me recordo do restante – eu era adolescente na época, rsss – mas o final foi chocante.

No quarto do hospital a mulher se preparava para a cirurgia plastica. Entrar o médico. Ela diz “doutor estou pronta”. Aparece o rosto do médico todo deformado por inúmeras plásticas. Ele responde: “que bom saber que você se tornará uma de nós, normal”.










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