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Agressividade I

Agressividade I
Os espartanos tinham o hábito de falar em voz alta como forma de demonstrar coragem, em vigor, a ausência de medo. Guerreiros natos tinham a missão de defender Grécia. As crianças eram ensinadas a enfrentar os próprios medos, a resistirem à dor. Quem assistiu ao filme “300” pode ver como era a cultura espartana.
Como em muitos tópicos anteriores sempre frisei sobre ancestralidade do ser humano.

Cada vez mais as novas teorias demonstram que o ser humano era medroso e que as velhas histórias de um ser audacioso a enfrentar os animais com bravura e glória são apenas desejos dos nossos antepassados- desejo que ainda vigora atualmente: ser imbatível, não sucumbir diante de doenças, superação do medo da morte etc.
A agressividade não é ruim se analisarmos no sentido de vencer obstáculos. De certa maneira a agressividade está relacionada ao instinto de sobrevivência. A civilização moldou a agressividade corporal para os estudos, descobertas científicas. De certa maneira doutrinou os instintos ou tentou doutriná-los com a lógica.
Na Tailândia ensinava- se as crianças a chutarem as árvores quando encolerizadas e com isto expurga esta energia em um ser inanimado.

Mas o tipo de agressividade em questão é relacionado à pessoa emocionalmente conturbada. Dentro dela há uma angústia incompreensível, tenta represar essa carga emocional, porém essa energia não pode se represada e deve expurgada. Seja através de atos de fúria (bater forte na mesa, fechar portas de forma bruta, saem empurrando às pessoas na rua, jogar o carro em cima de outras pessoas, discutirem à toa, procura brigar, ofender as demais pessoas com gestos obscenos, menosprezar as demais pessoas apelando para o status socioeconômico) e até doenças orgânicas (gastrite, úlcera, queda de cabelo etc.).

A partir da década de 1980 várias técnicas orientais foram introduzidas na cultura ocidental para minimizar o estresse. De certa maneira o estresse da era contemporânea se deve muito ao apego aos bens materiais de tal forma que passaram a ser mais importante para a vida das pessoas do que um suprir das necessidades básicas. Possuir é uma questão de poder e esse poder está relacionado ao uma compensação - camuflagem da fragilidade humana.

Assistindo filmes sobre a Idade Média vemos muito bem - que foi um período de grande interesse para Freud – as vastas manifestações das neuroses humanas.
O complexo de superioridade é na verdade o complexo de inferioridade e vice-versa. A constituição psicológica da pessoa – os valores culturais, dos ascendentes e o que vivenciou – é baseada nessas informações.
Digamos que a pessoa tem o nariz comprido e pelo modismo - nariz fino e pequeno -, a ênfase nos comerciais pelo novo padrão de beleza e os constantes comentários alheios pode desencadear uma angústia. Essa angústia se deve ao desejo de estar dentro do padrão de beleza seguida da frustração da pessoa “diferente” e até “anormal”.
Nunca na história humana os distúrbios psíquicos foram contemplados com a realização pessoal - de fazer parte do grupo preferido do tipo de cultura, com seus valores, que diz o que é certo – pessoal graças a indústria da cirurgia plástica estética; esta passou a ser um apanágio às inúmeras pessoas insatisfeitas (com o tipo de profissão que possuem, com o relacionamento amoroso, com a perda do padrão socioeconômico etc). Contudo essa insatisfação com algumas partes do corpo podem esconder frustrações não relacionadas com próprio corpo, e sim com outros fatores. Seja a perda de emprego, cônjuge etc.

A obstinação por algo – trabalho, estudo, perfeição na simetria corpórea etc. - tem na reminiscência do inconsciente, conflitos de ordem emocional. Não se podem confundir metas que visem à obtenção das necessidades básicas, a uma cirurgia reparadora -e até estética no caso de queimaduras graves- com obstinação doentia em que a pessoa passa a não reconhecer os limites do corpo e da mente colocando em risco a própria vida.
Dois exemplos interessantes. Uma pessoa que nasceu numa comunidade carente e se esforça tenazmente para adquirir as necessidades básicas e qualidade de vida. E outra pessoa, também de comunidades carente, que deseja obter os bens materiais de ótima qualidade na intenção de suprir as próprias necessidades básicas e se impor na sociedade, isto é, demonstrar a própria capacidade e, além disso, e evitar que seja colocado no patamar dos grupos humanos excluídos pela sociedade – os chamados guetos, que são tidos como centros de população inferior, seja na educação, inteligência etc.
Pessoas que supervalorizam os bens materiais em detrimento da personalidade sadia na prática têm seus âmagos os vários conflitos humanos: timidez, vergonha etc.

O status passou a ser imperioso como uma necessidade de compensação aos vários tipos de distúrbios emocionais. Nos países desenvolvidos ensina o valor da empatia. O que vale é o ser humano e não aos bens que ele possui. Infelizmente aqui no Brasil – que parece mais a corte do rei Henrique XV – se se valoriza mais o que a pessoa possui do que seja como pessoa e o trato em relação às outras pessoas.
Quem já saiu do país ou teve contato com estrangeiros pôde verificar que a maneira de se comportar é bem diferente porque existe a preocupação com o ser humano, este ser frágil de corpo e mente. Tanto é que há muito indivíduos destes países a frequentarem psicanálise. Infelizmente no Brasil tem-se a ideia de que a pessoa está doida e merece ser internada num hospício. É um verdadeiro atraso essa mentalidade cultural brasileira que ainda existe em pleno século XXI.


A palavra Neurose foi criada pelo médico escocês William Cullen em 1769 para indicar "desordens de sentidos e movimento" causadas por "efeitos gerais do sistema nervoso". Na psicologia moderna, é sinônimo de psiconeurose ou distúrbio neurótico e se refere a qualquer desordem mental que, embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. Essa é uma diferença importante em relação à psicose, desordem mais severa.
A neurose, na teoria psicanalítica, é uma estratégia ineficaz para lidar com sucesso com algo, o que Sigmund Freud propôs ser causado por emoções de uma experiência passada causando um forte sentimento que dificulta reação ou interferindo na experiência presente. Por exemplo: alguém que foi atacado por um cachorro quando criança pode ter fobia ou um medo intenso de cachorros. Porém, ele reconheceu que algumas fobias são simbólicas e expressam um medo reprimido.
Na teoria da psicologia analítica, de Carl Jung, a neurose resulta do conflito entre duas partes psíquicas, das quais uma deve ser inconsciente.

Há muitas formas específicas diferentes de neurose: piromania, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade, histeria (na qual a ansiedade pode ser descarregada como um sintoma físico), manias e uma variedade sem fim de fobias. Quanto à caracterização positiva, as neuroses se expressam, em primeiro lugar, por sintomas específicos e inespecíficos. Os sintomas inespecíficos ou acessórios podem existir não só nas neuroses, mas também em quaisquer doenças orgânicas ou psíquicas: depressão, hipocondria, irritabilidade, insônia, dores de cabeça, vertigens, taquicardia ou prisão de ventre, dores e espasmos em qualquer parte do corpo, tremores, paralisias, cegueira, convulsões, etc. Apesar de acessórios, são muito constantes nas neuroses, às vezes dominando o quadro clínico, de modo a mascarar ou encobrir os sintomas específicos; quando isso acontece, podendo mesmo as queixas se referir a um determinado órgão da vida vegetativa, fala-se de um organoneuroses (neurose cardíaca e neurose gástrica).
Eis os sintomas específicos ou essenciais, realmente típicos das neuroses: angústia, fobias, obsessões, conversões e certas inibições (a impotência sexual, p.ex.). A angústia ou ansiedade é a tensa, desagradável e absorvente expectativa fisiopsíquica de um perigo iminente, cuja fonte é imaginária, desconhecida ou exageradamente avaliada. É o medo vago, sem causa, indefinível, que parece vir "de dentro da alma". Há gradações, da simples intranquilidade até a angústia terrível e catastrófica. A angústia é, de fato, o fenômeno básico da neurose.

Todas as pessoas têm alguns sintomas neuróticos, frequentemente manifestados nos mecanismos de defesa do ego que as ajudam a lidar com a ansiedade. Mecanismos de defesa que resultam em dificuldades para viver são chamadas “neuroses” e são tratados pela psicanálise, psicoterapia/aconselhamento, ou outras técnicas psiquiátricas.
Apesar de sua longa história, o termo "neurose" não é mais de uso comum. Os atuais sistemas de classificação abandonaram a categoria "neurose". O DSM IV eliminou a categoria por completo. Desordens primeiramente chamadas de neuroses agora são descritas sob os títulos de ansiedade e desordens depressivas.
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