A Terra é um planeta em evolução assim como os seres humanos. As trocas de ironias, acusações, palavrões com intenções de ofender, diminuir a personalidade de outra pessoa vêm justamente de algo comum: todos estão sob as mesmas leis naturais.
Um rico presunçoso mesmo que seja de berço gozará de outra pessoa pelo que ela não tem em relação a ele. Pessoas resolvidas emocionalmente não atacam outras pessoas de forma a humilhá-las. O fato de humilhar outra pessoa está na fragilidade emocional própria. Quem está à cima das leis naturais como doença, má formação morfológica, perdas por catástrofes naturais, ataque de animais?
Uma pessoa que quando na infância foi atacada quanto ao uso das roupas, onde mora, tipo de casta, posição socioeconômica poderá procurar melhorar de vida para mostrar que tem capacidades. Dentro dela, quando não resolvido os recalques, haverá conflitos. Pode-se dizer que pessoa bem resolvida emocionalmente jamais atacará a outra de forma a fazê-la se sentir triste, envergonhada.
Todos têm defeitos, medos, receios. Todos nasceram no mesmo planeta e passaram, passam, por dificuldades naturais conforme as leis criadas por mentalidades de cada época. Um bom exemplo é a constituição brasileira de 1988. Antes dela não havia crime de racismo. Muitas pessoas que eram vistas como inferioras dentro dos padrões mentais culturais eram marginalizadas como no caso os negros.
Cada época humana teve conceitos considerados corretos e injustos. As pessoas que agiam conforme os costumes da época se apegavam as elas como verdades supremas e as aplicavam. Da aplicação dos costumes existiam pessoas que se apegavam demasiadamente as leis, mas com medo de serem excluídas e condenadas pela cultura caso divergissem; e pessoas que as viam como verdades supremas.
A primeira diz respeito às pessoas que viviam mais por medo da exclusão social e sofrer na carne as chacotas, torturas e toda forma de preconceito.
Quanto à segunda é o puro seguir das convenções por questão de se sentirem perfeitas à luz da criação, seja pela inteligência que possuem, nascer numa família rica materialmente etc.
Aquelas viviam sob o medo de exclusão e aceitavam as convenções por puro medo. Estás sob concepções ideológicas de superioridade – brendados pelo destino, por assim dizer – assumiam a postura de superioridade.
Na verdade ambas seguiam convenções criadas pelos padrões psicológicos de cada época, e todas queriam fazer parte de um grupo – instinto de sobrevivência.
Mesmo que uma pessoa tenha nascido sob o teto de um palácio, que nunca passou necessidades e tenha sido criada de forma a se achar superior as demais pessoas pela condição de nascituro, ainda assim ela terá que passar – como qualquer ser humano – pelos acontecimentos naturais ao habitat terrestre: deterioração do corpo, doenças, abalos sísmicos, intempéries, etc. É uma verdade incontestável.
Há um ditado popular que fala “pessoas que nasceram em berço de ouro sentem mais pavor da pobreza e miséria humana que aquelas que já nasceram na miséria e pobreza.”
Mas que miséria é essa? Será somente a monetária? Não! A miséria – por assim dizer – tem alusão às premissas das condições materiais: é uma energia condensada – como dizia Einstein – que procura a cada instante se “libertar”, isto é, retornar a sua origem, que é energia livre.
Explica-se a condição de vida e morte em que encerra o ciclo da energia material. Mas morte – término, vazio - em si não existe, pois a energia não pode ser criada nem destruída, pode se transformar de uma forma de energia em outra, a energia total do Universo não aumenta nem diminui apenas tudo fica em constante transformação.
Então o que é vida? O que é morte? Eis mais um tópico para analisarmos.
Como o nosso planeta está em constante transformação há os desastres naturais. Pela história se vê mudanças nas civilizações por ação dos eventos naturais. Pessoas perderam riquezas por questão de abalos sísmicos, estiagem, furacões, maremotos etc. Há também as doenças. Se pensarmos profundamente não existe em si um mal supremo e nem um bem supremo. O ser humano dá a noção de bem e mal conforme suas necessidades, acontecimentos na própria vida. A vida em si é um ensaio da seleção natural como dizia Darwin. Cada ser vivo se adapta para sobreviver. A vida microbiana é antes de tudo a teoria da seleção natural. Cada ser tenta sobreviver e procura os meios mais propícios. À luz da vida há uma beleza mesmo que choque a humanidade: constante transformação, adaptação e evolução. As mutações em si – como as formações teratológicas – são aterradoras a qualquer casal, contudo, em relação à vida é uma forma de evoluir. A humanidade sempre sofreu mutações. Somos o que somos graças às mutações. As crianças atualmente já nascem com coeficiente de inteligência superior as gerações passadas. As causas são várias.
Disso tudo está o medo. O medo é fruto da incompreensão. Incompreensão é aliada da intolerância. O ser humano busca se adaptar ao planeta e ao próprio corpo diante das transformações. Tudo que o ser humano produzirá é nada mais que superar os obstáculos da vida material – lembrando que não há obstáculos propriamente ditos, pois, como exposto anteriormente, a vida em si é uma constante transformação que acontece, e acontecerá, mesmo sem a vida humana na Terra.
Nós seres humanos procuramos nos adaptar constantemente. Mas temos a capacidade de transformar. Todas as mudanças feitas e criadas foram em épocas em conformidade com as ideologias e compreensão do que seja o mundo e como deveria ser. Além disso, os costumes são meios de adaptação dele mesmo a ele próprio. Pelas incompreensões e intolerâncias pessoais – as dúvidas quanto ao existir, o que seja bom ou ruim – cada geração tentou criar condições para a própria existência – sobrevivência.
Todos os conceitos sobre Deus, bem ou mal, vêm das experiências passadas e a profunda necessidade de adaptação e compreensão. De certo modo há sempre um retrocesso ao passado como forma de buscar respostas: será que foi bom ou ruim, realmente.
A intolerância a aceitar uma mudança muitas vezes representa a perda de segurança psíquica. Mudar um conceito é ante de tudo mudar, e qualquer mudança é vista como ficar sem rumo.
Todos os seres humanos precisam de uma “tábua de salvação”, isto é, um suporte psicológico diante das tempestades dos acontecimentos.
Eu sou? Eu tenho? Eu fui? Eu serei? Quando na mente do ser humano não há uma concepção que acha ideal a ela mesma vive sem perspectiva de como viver. Sem perspectiva – o que deseja para si - poderá se autoaniquilar. Comparativamente é como uma pessoa desiludida que deixa a vida levá-la para onde for, usará qualquer coisa pelo simples motivo de está na frente dela – não há discernimento se fará mal a própria saúde física e/ou mental.
Mas nem sempre a “tábua de salvação” será salutar. Como dito, todo ser humano precisa de uma concepção de vida para própria existência. Porém algumas se agarram tão desesperadamente que assumem posturas distorcidas da realidade. E como exposto à realidade da vida é independente da existência do ser humano.
Porém, o que quer dizer desespero e se agarrar sem discerni a “tábua de salvação”?
O ser humano, qualquer, precisa encontrar dentro se si mecanismo de adaptação ao meio em que vive. O meio – concepções humanas - tem influência na formulação de concepção de vida de cada membro inserido nela. A ideia de premiar com honrarias uma pessoa que se destaca socialmente é a essência humana de se autossuperar diante dos “obstáculos” da vida - ele sabe que está sujeito aos as leis da natureza (química e física), que tem um corpo físico frágil, que existe a vida microbiológica etc.
Os extremos existem. A postura do ser humano tem muito haver com os acontecimentos e a resolução dos fatos.
Uma pessoa que passou dificuldades e as superou poderá assumir uma concepção de se achar superiora as demais. Ela se sentirá mais capacitadas que as demais pessoas, falará do que consegui de forma enfática. Há casos que falará que as outras pessoas que não tem o que ela possui como sendo incapazes, burras, ignorantes e até invejosas. Na verdade projeta as próprias fraquezas de forma inconsciente. Como descrito o ser humano tenta se adaptar a vida.
Como conseguiu de forma trabalhosa agarrar-se-á de forma ferrenha ao que possui. Essa postura é o medo de perder e retornar a que era e não tinha. Desse medo há uma angústia real e fictícia. O real diz respeito a pessoas desonestas e aos acontecimentos naturais. A fictícia é o constante achar que há alguém ou algo querendo tirar o que conseguiu com sacrifício. Esse pavor interno dilacera a carne e a mente a saúde da pessoa. Mas por que deste medo fictício? Está nas entranhas da alma e mente da pessoa.
Muitos apegos ferrenhos vêm da necessidade de suprir uma “deficiência”. Melhor dizendo uma “deficiência” que não corresponde aos valores sociais em que se vive.
É o caso de conceitos e modismo que estão a trabalhar constantemente n o inconsciente coletivo. O anormal e o normal: as regras sociais quanto ao padrão de beleza estética, roupa, o tipo de casa etc.
As origens de apegos ferrenhos estão na infância. Como foi criada? Qual conceito absorveu da sociedade? Que tipo de resolução teve diante de um acontecimento?
A necessidade de se sentir superior é uma defesa.
Todos os seres humanos são frágeis. Uma bactéria tem capacidade de levar uma pessoa ao hospital mesmo que possua um corpo musculoso e saudável.
A maioria dos medos é análoga: da morte; de ficar doente; de ficar desprovido de alimento, teto, roupas; de ser espancado por outra pessoa; de ter uma filha com problemas mentais, pois terá mais trabalho, terá que superar a vergonha de possuir tal filha diante de uma sociedade preconceituosa – ainda impera a mentalidade primitiva em que feridos, pessoas com problemas mentais, idosos etc., representavam estorvos para a sobrevivência do grupo; e mesmo atualmente há pessoas com altos padrões socioeconômicas, mas que – pela cultura local de concepções primitivas de condenação divina e nascer com problemas mentais – sentem como se a vida delas fossem “amaldiçoadas”.
Mentalidade primitiva em que feridos, pessoas com problemas mentais, idosos etc., representavam estorvos para a sobrevivência do grupo. Concepções primitivas de condenação divina. Duas ideias que têm origens nos ancestrais humanos que procuravam sobreviver diante de um ambiente hostil a própria sobrevivência humana. Todavia a palavra hostil é uma concepção humana diante de certa incompreensão. Se analisarmos profundamente a Terra já proporcionava condições da vida humana subsistir. Tudo que se tem já existia. O homem apenas vem descobrindo e usando, aperfeiçoando. Suprindo as próprias necessidades.
Chega-se a conclusão de que toda forma de condecorar, prestigiar e saudar representa reverenciar outra pessoa que consegui superar os próprios receios, angústia e indolências. Pode-se se dizer que é uma projeção diante de outra pessoa, isto é, quem sente felicidade em viver, está em paz consigo mesmo deseja a felicidade alheia.
Na mesma esteira de raciocínio temos a ideia de pessoas que vivem a menosprezas as outras pessoas. Há uma inquietação, um emocional abalado mesclado a uma angústia constante de perda; medos e sentimentos não resolvidos satisfatoriamente. Disso projetam suas angústias nas demais pessoas – é a velha história popular “antes de falar de mim veja quem você é”.
Quando a humanidade souber que não há uma exclusividade divina e biológica haverá paz nas mentes e, consequentemente, um vivencia pacífica para todos.
Muitas brigas surgem do apego, do medo de se sentir inferior. E sentir inferior é se sentir excluído.
Bibliografia:Adamor da Silva, Valmir. Psicanálise Surpreendente.
Werner, Dennis. Uma introdução às culturas humanas.
Garcia, Joycer. Como conquistar a saúde física e mental.